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O Paciente com transtorno mental e a família

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

De acordo com o psiquiatra Glauco Diniz Duarte, os transtornos mentais e do comportamento são problemas clinicamente significativos que se caracterizam por uma alteração de modos de agir, de lhe dar com o outro ou uma alteração de funções mentais.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), entendem-se como transtornos mentais e comportamentais as condições caracterizadas por alterações doentias de pensar ou do humor e do comportamento associadas à angústia expressiva ou deterioração do funcionamento psíquico global.

Um comportamento anormal ou um curto período de anormalidade não significa que uma pessoa tenha um transtorno mental ou de comportamento. Para que seja considerado um transtorno, esses comportamentos devem persistentes (geralmente mais de 6 meses) e causem certa perturbação funcional no individuo.

Uma pessoa pode modificar seus comportamentos também por razões emocionais ou sociais, como por exemplo, um estado deprimido e uma depressão, o estado deprimido surge por uma situação ou uma determinada circunstancia estressante, enquanto a depressão é uma doença e precisa ser tratada.

Segundo Glauco, em uma pesquisa feita em 2008 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), 23 milhões de brasileiros sofrem de algum transtorno mental (cerca de 12% dos brasileiros) e pelo menos 5 milhões (3%) sofrem com transtornos mentais graves e persistentes. Apesar da política de saúde mental prioriza as doenças mais graves como esquizofrenia e o transtorno bipolar, as doenças mais comuns em atendimentos de saúde mental são a depressão, a ansiedade e o transtorno de ajustamento. Mesmo com toda essa quantidade de pessoas que sofrem com transtorno mental, existem 1.513 CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) no Brasil que são mal distribuídas, no Amazonas tem 3 milhões de habitantes e apenas 4 CAPS, dos 27 estados brasileiros, apenas Paraíba e Sergipe tem capacidade para atender o parâmetro de uma unidade para cada 100 mil habitantes.

Os transtornos mentais são identificados e diagnosticados por métodos clínicos parecidos com os utilizados para transtornos físicos, se faz uma entrevista com o paciente e com outras pessoas incluindo a sua família, um exame clínico para verificar o estado mental e suas condições orgânicas, e os exames que necessários para comprovar a existência do transtorno.
A família no contexto do transtorno mental
Glauco destaca que para abordar a questão familiar do portador do transtorno mental, é necessário voltar na história. A assistência em psiquiatria mostra que a atenção aos familiares do portador é bem recente. Enquanto apenas os manicômios respondiam pelas necessidades do portador, a interação entre a instituição, o portador, a família e a comunidade estavam apenas começando. A partir da década de 40 e 50, e se acentuando na década de 60, pesquisas de estudiosos nos EUA e Europa voltaram os olhares para a questão para os familiares, e realizaram um estudo que procuravam entender como as relações familiares estariam diretamente envolvida nos transtornos mentais.

No Brasil, na década de 70, surgiu o movimento de reforma psiquiátrica, que busca substituir as internações nos manicômios por iniciativas sociais, culturais, políticas e também mudar os conceitos e a relação da sociedade com os portadores de transtorno mental. A política de saúde mental no Brasil foi influenciada pelo italiano Franco Basaglia, que era médico e psiquiatra e foi o precursor do movimento de reforma psiquiátrico italiano.

Então a Reforma Psiquiátrica, visa alterar o sistema de tratamento da doença mental, eliminando a internação, como forma de exclusão social e esse modelo é substituído por uma rede de serviços psicossociais visando a inclusão dos portadores de transtornos mentais a sociedade. Dentro dessas redes de serviços existem os CAPS, as oficinas de geração de renda, as cooperativas de trabalhos dirigidos, as residências terapêuticas e os centros de convivência e cultura.

As atuais políticas públicas brasileiras de saúde mental, a desospitalização e a desinstitucionalização da assistência, e tornam a família a principal responsável pelo cuidado do doente. Nestas modalidades de atendimento, os pacientes recebem o acompanhamento médico que necessitam, em regime ambulatorial, e permanecem com suas famílias.

Com a permanência dos pacientes em casa, diz Glauco, passaram a fazer parte da rotina familiar: garantir as suas necessidades básicas; coordenar suas atividades diárias; administrar sua medicação; acompanha-los aos serviços de saúde; lidar com seus comportamentos problemáticos e episódios de crise, fornecer-lhes suporte social; arcar com seus gastos; e superar as dificuldades destas tarefas e seu impacto na vida social e profissional do familiar.

Com isso, as transformações, que ocorrem na saúde mental, visam inserir os portadores de transtorno mental e seus familiares como protagonistas de um processo que busca inovar as formas de atenção; também contam com a parceria de profissionais desta área, que atuam nos diversos cenários, atendendo a essa população, baseando-se no acolhimento, no estabelecimento de vínculos, na responsabilização e na ética do cuidado.

Porém, aponta Glauco, a família é, na maioria das vezes, o suporte de acolhimento do doente mental, além dos demais profissionais de saúde que atuam na rede de saúde mental. Os familiares passam então, a conviver de mais de perto com o portador de transtorno mental, situação que tende a gerar mais dificuldades no relacionamento, sofrimentos e, por vezes, reinternações do paciente.

Os familiares dos portadores mentais, ao se ver nesta situação de cuidador, sofre mudanças significativas em suas vidas, tendo então que modificar constantemente o seu dia a dia, e isso se reflete em vários aspectos no estilo de vida levado por cada família afetada pelo transtorno. Deparados a esse transtorno, a equipe de saúde mental devem incluí-las no processo de tratamento do paciente.

Então deve-se verificar o conhecimento da família em relação ao transtorno mental e as possíveis formas de cuidado a saúde, verificar se a família tem alguma experiência familiar e oferecer possíveis formas e interação para lidar com a doença, com dificuldades na aceitação e no enfrentamento. Oferecer apoio ao cuidador na adaptação do novo estilo de vida que vai enfrentar.

Um ambiente familiar muito crítico e estressante é desfavorável para o tratamento, como alguns familiares que se mostram superprotetores e hiperenvolvedores e isso intensifica os conflitos e dificulta os acordos. Em inúmeras situações os familiares são pessimistas em relação a possibilidade de melhora no quadro, por que após algumas tentativas fracassam e desiludidos, não acreditam mais na melhora do paciente com o transtorno, e resgatar essa esperança é fundamental em qualquer projeto de cuidado.

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