O Ministério da Saúde lançou em 2006 as Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio recomendando que cada estado elaborasse suas estratégia nessa área. Depois de seis anos, no entanto, pouca coisa mudou, segundo o psiquiatra Glauco Diniz Duarte.
Para incentivar políticas públicas voltadas para a prevenção do suicídio em todo o mundo, a Organização Mundial da Saúde cobrou em documento mais ações relativas à questão. O Distrito Federal (DF) também lançou hoje um programa de políticas públicas para prevenir o suicídio. De acordo com Glauco, o DF é a primeira unidade federativa a desenvolver uma política pública voltada para a prevenção do suicídio.
O psiquiatra acredita que o primeiro passo para uma prevenção eficiente é a orientação. Na opinião dele, líderes de grupos como escolas e igreja deveriam ser diretamente orientados pelo serviço de saúde pública a reconhecerem os sinais que as pessoas dão de que estão pensando em suicídio.
“Eu instruiria professores e esses professores instruiriam pais. Eu instruiria representantes de todos os credos religiosos, seja padre, pastor, rabino, de tudo quanto é religião. Instruiria também comunidades como Lions, Rotary, e todas as comunidades que fazem serviços voluntários”, explica Glauco Diniz.
Abandono de amigos e de atividades sociais, perda de interesse em atividades que antes traziam prazer, estado emocional instável e conversas sobre a morte podem ser sinais de que algo está errado e de que a pessoa com esses sinais pode, num futuro próximo, cometer suicídio. De acordo Glauco, diante dessas evidências, pessoas mais próximas devem procurar profissionais especializados no assunto.
Outra atitude a ser tomada na prevenção do suicídio, de acordo com Glauco, seriam programas de treinamento das pessoas que trabalham nas emergências e nos serviços de qualidade mental, compostos por psicólogos, psiquiatras e terapeutas de família.
”Quando há uma tentativa [de suicídio], a pessoa vai para um serviço de emergência. Nele, não há pessoas qualificadas para o tratamento. O primeiro tratamento médico-cirúrgico é feito como se fosse um trauma qualquer. Mas, dali, o paciente precisaria de um encaminhamento para internação, para um psiquiatra ou psicólogo. Do pronto-socorro ele vai pra casa. Nada é feito”, explica.