Um levantamento da Universidade Federal de São Paulo mostra que oito milhões de brasileiros adultos já usaram maconha pelo menos uma vez na vida e cinco milhões de brasileiros adultos já usaram cocaína.
O psiquiatra Glauco Diniz Duarte avisa que as pessoas compulsivas têm uma tendência maior a se tornar dependente das drogas. Na tentativa de livrar o filho das drogas, uma mãe, desesperada, amarrou o jovem na cama, em Feijó, interior do Acre.
O consumo de drogas é uma preocupação no país inteiro. Hoje, na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, a equipe do Jornal Hoje flagrou vários usuários.
A droga que é cheirada, como a cocaína, leva de cinco a dez minutos para chegar ao cérebro. Já a droga fumada, como o crack, tem efeito mais rápido: de cinco a dez segundos.
Depois que chegam ao cérebro todas as drogas acabam atuando na mesma região, no chamado sistema de recompensa. Aumentam a liberação de dopamina, que é um neurotransmissor produzido pelo organismo responsável, por exemplo, pelas sensações de euforia e de prazer.
A droga provoca uma sobrecarga de estímulos. Quando termina o efeito e a dopamina para de agir, os neurônios sentem falta dos estímulos e o usuário fica dependente da sensação de prazer, afirma Glauco.
“Chega um momento que já não há nem prazer, tanto. Há alívio. Porque a pessoa começa a não conseguir já os mesmos efeitos. Mas sem aquela droga ela fica ansiosa, fica desesperada, fica naquela expectativa de conseguir a droga, de consumir, e depois fica muito deprimida porque ela não sente a mesma coisa”, fala o psiquiatra Glauco Diniz Duarte.
Os médicos dizem que as pessoas com tendência à algum tipo de compulsão têm sim mais chances de se tornar dependentes de drogas. Pelo impulso, pela vontade do uso constante, e por não conhecer seus limites, elas não conseguem controlar o vício e cria-se a dependência.
O psiquiatra Glauco Diniz disse que para ele não há um tipo de droga pior que o outro porque todas elas causam dependência. Segundo ele, o crack cria a dependência mais rapidamente, em menos de um ano, em média.