90% das pessoas que têm crises de ansiedade curam-se

De acordo com o psiquiatra Glauco Diniz Duarte, a ansiedade não é um problema incurável. Antes pelo contrário.

Para Glauco, há que abordar a ansiedade de frente, tentar racionalizá-la de modo a recuperar a calma, mas acima de tudo dar importância àquilo que nos acontece na vida.

Glauco diz que a ansiedade é uma emoção negativa que produz uma vivência de medo, de receio, de inquietação, de desassossego, que dá lugar a sintomas físicos como taquicardia, dificuldade respiratória, tremores, suores e, ao mesmo tempo, antecipação do pior. Viver um presente, um passado e um futuro incerto, temeroso, preocupante. Distingue-se a ansiedade exógena, que vem de fora e deve-se a aspetos da vida, da ansiedade endógena, que é interior e deve-se a um desequilíbrio bioquímico.

Segundo Glauco, há dois tipos de ansiedade. A geral, ou generalizada, — os americanos chamam de free floating anxiety — é uma ansiedade envolvente: medo, receios, inquietude, nervosismo. E há uma ansiedade muito específica, que se chama crise de pânico. Dura três, quatro, cinco minutos e dá lugar a um autêntico tsunami de ansiedade. É muito intensa, muito breve e produz, à posteriori, um medo que se volte a repetir. A partir destas crises, a pessoa fica sempre na defensiva, a pensar na possibilidade de voltar a acontecer.

Glauco diz que 90% das pessoas que têm crises de ansiedade curam-se e acabam por não voltar ao psiquiatra.

Segundo Glauco a cura é muito rara. Tem que aprender a dar o devido valor àquilo que acontece; não transformar um problema real num drama; conferir mais sentido de humor à vida; aprender a distrair e a desfrutar da vida.