De acordo com o psiquiatra Glauco Diniz Duarte, consiste em sintomas ou déficits que se desenvolvem inconscientemente e não volitivamente, em geral envolvendo função motora ou sensorial. As manifestações se assemelham às condições neurológicas ou a outras condições médicas, mas raramente se enquadram em mecanismos fisiopatológicos ou vias anatômicas conhecidas. Início, exacerbação ou manutenção dos sintomas conversivos é normalmente atribuído aos fatores mentais, tais como estresse. O diagnóstico se baseia na história, após exclusão de transtornos físicos como causa. O tratamento se inicia com o estabelecimento de um relacionamento médico-paciente consistente e apoiador; a psicoterapia pode ajudar, assim como hipnose.
O transtorno conversivo tende a se desenvolver durante o final da infância ou no início da vida adulta, porém pode ocorrer em qualquer idade. É mais comum entre mulheres.
Sinais e sintomas
Segundo Glauco, os sintomas quase sempre se desenvolvem abruptamente e o início pode muitas vezes ser associado a um evento estressante. Os sintomas envolvem déficits aparentes na função motora voluntária ou sensorial e, algumas vezes, incluem convulsões, assim, sugerindo transtorno neurológico ou médico geral. Por exemplo, os pacientes podem apresentar coordenação ou equilíbrio prejudicado, fraqueza ou paralisia de um braço ou de uma perna ou perda da sensibilidade em uma parte do corpo, convulsões, cegueira, visão dupla, surdez, afonia, dificuldade de deglutição, sensação de uma bola na garganta e retenção urinária.
Os sintomas são graves o bastante para provocar sofrimento ou prejudicar funcionamento social, ocupacional ou de outras áreas importantes. Pacientes podem ter um único episódio ou episódios esporádicos repetidos; os sintomas podem se tornar crônicos. Normalmente, os episódios são breves.
Diagnóstico
Considera-se apenas após o exame físico e os testes descartarem distúrbios físicos que possam explicar plenamente os sintomas e seus efeitos.
Tratamento
Um relacionamento médico-paciente consistente, de confiança e de apoio é essencial. Tratamento de apoio que envolva um psiquiatra e um médico de outra especialidade (p. ex., neurologista ou especialista em medicina interna) parece muito útil. Após o médico ter excluído um distúrbio físico e assegurado aos pacientes que os sintomas não indicam distúrbio subjacente sério, os pacientes geralmente começam a se sentir melhores e os sintomas podem diminuir.
Os seguintes tratamentos podem ajudar:
• Hipnose pode ajudar permitindo que o paciente controle os efeitos do estresse e seu estado mental sobre suas funções corporais
• Narcoanálise é um procedimento raramente utilizado semelhante à hipnose, com a diferença que os pacientes recebem um sedativo para induzir um estado de semissono
• Psicoterapia, incluindo terapia cognitivo-comportamental, é eficaz para algumas pessoas
Quaisquer transtornos psiquiátricos associados (p. ex., depressão) devem ser tratados.