De acordo com o psiquiatra Glauco Diniz Duarte, ataque de pânico é o início abrupto de um período circunscrito breve de intenso desconforto, ansiedade ou medo, acompanhado por sintomas somáticos ou cognitivos. O transtorno de pânico é a ocorrência de ataques de pânico repetidos, normalmente acompanhados de medo sobre futuros ataques ou de mudanças comportamentais para evitar situações que poderiam predispor aos ataques. O diagnóstico é clínico. Ataques de pânico isolados podem não precisar de tratamento. O transtorno de pânico é tratado com medicamentos, psicoterapia (p. ex., terapia de exposição, terapia cognitivo-comportamental) ou ambos.
Segundo Glauco os ataques de pânico são comuns, afetando até 10% da população em um único ano. Muitas pessoas se recuperam sem tratamento; algumas desenvolvem transtorno de pânico. O transtorno de pânico é raro, afetando 2 a 3% da população em período de 12 meses. O transtorno de pânico geralmente se inicia no final da adolescência ou no início da idade adulta, afetando duas ou três vezes mais frequentemente mulheres do que homens.
Sinais e sintomas
Glauco diz que ataque de pânico envolve o início súbito de pelo menos quatro dos 13 sintomas listados no Sintomas de um ataque de pânico. Os sintomas geralmente atingem o pico em 10 min e se dissipam em minutos depois disso, dessa forma, deixando pouco para a observação do médico. Embora desconfortável – algumas vezes extremamente – os ataques de pânico não são perigosos do ponto de vista médico.
Ataques de pânico podem ocorrer em qualquer transtorno de ansiedade, quase sempre em situações ligadas à característica central do transtorno (p. ex., uma pessoa com fobia de cobras pode entrar em pânico ao ver uma cobra). No entanto, no transtorno de pânico puro, alguns dos ataques acontecem espontaneamente.
Muitas pessoas com transtornos de pânico antecipam e se preocupam sobre outros ataques (ansiedade antecipatória) e evitam lugares ou situações em que tiveram pânico previamente. Muitas vezes, as pessoas com transtornos de pânico se preocupam quanto a ter um problema cardíaco, pulmonar ou cerebral perigoso e, repetidamente, visitam seu médico de família ou um departamento de emergência procurando ajuda. Infelizmente, nesses contextos, a atenção está focada nos sintomas físicos e, muitas vezes, o diagnóstico correto não é feito. Muitas pessoas com transtorno de pânico também têm sintomas de depressão maior.
Diagnóstico
O transtorno de pânico é diagnosticado depois que distúrbios físicos que podem mimetizar ansiedade são descartados e os sintomas preenchem os critérios estipulados pelo DSM-IV-TR.
Tratamento
• Frequentemente, antidepressivos, benzodiazepínicos ou ambos
• Quase sempre, medidas não medicamentosas (p. ex., terapia de exposição, terapia cognitivo-comportamental)
Glauco explica que algumas pessoas se recuperam sem tratamento, particularmente, quando continuam a confrontar as situações nas quais os ataques de pânico ocorreram. Para outras, sobretudo sem tratamento, o transtorno de pânico segue um curso crônico e flutuante.
Os pacientes devem ser avisados de que o tratamento geralmente ajuda a controlar os sintomas. Se comportamentos de esquiva não se desenvolveram, tranquilização, educação sobre ansiedade e encorajamento para continuar a retornar e a permanecer em lugares em que os ataques de pânico ocorreram podem ser tudo o que é necessário. Entretanto, em transtorno de longa duração que envolva ataques frequentes e comportamentos de esquiva, o tratamento provavelmente exigirá tratamento medicamentoso combinado com psicoterapia mais intensiva.
Muitas drogas podem evitar ou reduzir bastante a ansiedade antecipatória, a esquiva fóbica e o número e a intensidade dos ataques de pânico:
• Antidepressivos: As diferentes classes – ISRS, inibidores da recaptura de serotonina-noradrenalina (IRSN), moduladores da serotonina, tricíclicos (TCA) e inibidores da monoaminoxidase (IMAO) – são similarmente eficazes. Entretanto, ISRS e IRSN têm a vantagem potencial de provocar menos efeitos colaterais em comparação com outros antidepressivos
• Benzodiazepínicos: Estes ansiolíticos – (ver Benzodiazepínicos) agem mais rapidamente do que os antidepressivos, porém têm mais chance de causar dependência física e alguns efeitos colaterais como sonolência, ataxia e problemas de memória Para alguns pacientes, o uso prolongado de benzodiazepinas é o único tratamento eficaz.
• Antidepressivos mais benzodiazepínicos: Esses medicamentos são, às vezes, utilizados inicialmente em combinação; o benzodiazepínico é retirado lentamente após o antidepressivo tornar-se eficaz (embora alguns pacientes só respondam ao tratamento em combinação).
Os ataques de pânico costumam recorrer quando as drogas são interrompidas.
Diferentes formas de psicoterapia são eficazes. A terapia de exposição, na qual o paciente confronta o que teme, ajuda a diminuir o medo e as complicações ocasionadas pela esquiva apreensiva. Por exemplo, pacientes que temem desmaiar são solicitados a rodar em uma cadeira ou a hiperventilar até que sintam como se fossem desmaiar, aprendendo, com isso, que não desmaiarão quando tiverem uma crise. A terapia cognitivo-comportamental inclui ensinar os pacientes a reconhecerem e controlarem seus pensamentos distorcidos, crenças falsas e a modificar seu comportamento de modo que seja mais adaptativo. Por exemplo, se pacientes descrevem aceleração da frequência cardíaca ou falta de ar em certas situações ou lugares e temem ter ataque cardíaco, são ensinados o seguinte:
• Não evitar essas situações
• Entender que suas preocupações são infundadas
• Responder, ao contrário, com respiração lenta e controlada ou outros métodos que promovam relaxamento