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Distúrbio bipolar em crianças e adolescentes

Glauco Diniz Duarte

O psiquiatra Glauco Diniz Duarte diz que é caracterizado por períodos alternados do estado de humor, maníaco, depressivo e normal, com duração de semanas ou meses. Nos últimos anos, o rótulo “bipolar” também tem sido aplicado a pré-púberes incapacitados devido aos profundos e instáveis estados de humor que, nestes casos, duram desde alguns momentos até dias. Em ambos os casos, o diagnóstico é fornecido pela história e exame do estado mental. Em ambos os casos, o diagnóstico é estabelecido com base na história e no exame do estado mental. O tratamento é feito com a combinação de estabilizadores do humor (p. ex., lítio, certos anticonvulsivos e antipsicóticos), psicoterapia e antidepressivos.

Segundo Glauco, o distúrbio bipolar típico começa em meados da adolescência até os 20 anos. Na maioria dos casos, a manifestação inicial é de um ou mais episódios de depressão. Cerca de um terço das crianças que apresentaram um episódio de depressão grave antes da puberdade irá “converter” para distúrbio bipolar durante sua adolescência ou no início da vida adulta. O termo “bipolar” tem sido aplicado para crianças pré-púberes com temperamento extremo e instável tipicamente com curta duração. Portanto, não está claro se esta condição constitui um distúrbio bipolar. Pesquisas nesta área estão sendo realizadas.

Etiologia
A etiologia é desconhecida, porém a hereditariedade está envolvida. Alterações nas atividades da serotonina e norepinefrina podem estar envolvidas, assim como também uma vida com acontecimentos estressantes. Este distúrbio pode também ser exacerbado ou mimetizado por certas drogas (p. ex., cocaína, anfetaminas, penicilinas, certos antidepressivos) e toxinas ambientais (p. ex., chumbo). Certas doenças (p. ex., tireoide) podem causar sintomas semelhantes.

Sinais e sintomas
Glauco diz que a marca do distúrbio bipolar é o episódio maníaco. Tais eventos se alternam com episódios depressivos que podem tornar-se mais frequentes.

Durante um episódio maníaco no adolescente, o humor pode ser ou muito positivo, ou hiperirritável e frequentemente alternados, dependendo das circunstâncias sociais. Sua fala é rápida e tensa, tem pouco sono, e autoestima envaidecida. As manias podem assumir proporções psicóticas (p. ex., “Eu vou tornar-me um com Deus”). O julgamento pode ficar muito prejudicado e o adolescente pode enveredar por comportamentos de risco (p. ex., promiscuidade sexual e negligência na direção de um carro). Os pré-púberes podem apresentar humor dramático com duração mais curta (poucos momentos) do que nos adolescentes. O início é caracteristicamente insidioso, e as crianças apresentam um histórico de sempre terem sido temperamentais e difíceis de controlar.

Diagnóstico
• Avaliação clínica
• Testes para causas toxicológicas

De acordo com Glauco o diagnóstico é baseado na história e no exame do estado mental. Numerosas doenças (p. ex., tireoide, infecções ou tumores cerebrais) e intoxicação por drogas devem ser excluídas com avaliação médica apropriada, incluindo triagem toxicológica para uso de drogas e toxinas ambientais. Também devem ser pesquisados agentes desencadeantes como estresse psicológico, abuso sexual ou incesto.

Prognóstico
O prognóstico para os adolescentes é variável. No caso de sintomas leves para moderados com boa resposta ao tratamento e adolescentes cordatos e cooperativos, o tratamento tem excelente prognóstico. Contudo, a resposta ao tratamento é frequentemente incompleta e adolescentes são notoriamente não aderentes ao tratamento; para estes pacientes, o prognóstico a longo prazo não é bom.
Até o momento, pouco se sabe sobre o prognóstico de pré-púberes com distúrbio bipolar baseado em humores extremos e instáveis.

Tratamento
• Estabilizadores do humor e antidepressivos
• Psicoterapia

Para ambos, adolescentes e pré-púberes os estabilizadores do humor tratam a fase maníaca ou agitada da doença, enquanto a psicoterapia e os antidepressivos são os tratamentos para os períodos de depressão.
De modo geral, os estabilizadores do humor se dispõem em três categorias:
• Drogas anticonvulsivas que estabilizam o humor
• Antipsicóticos que estabilizam o humor
• Lítio

Todos eles podem causar perturbação e até efeitos colaterais perigosos. Por este motivo, o tratamento deve ser individualizado. Além disso, os medicamentos que são muito bem-sucedidos durante o início da estabilização podem tornar-se inaceitáveis como tratamento de manutenção devido aos efeitos colaterais, sendo o mais notável o ganho de peso.

Os antidepressivos são geralmente utilizados em associação com um estabilizador do humor, porque eles podem desencadear uma mudança de depressão para a mania.

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