De acordo com o psiquiatra Glauco Diniz Duarte, a esquizofrenia e o transtorno bipolar poderão ser detectados no sangue, por meio de exame com equipamentos de ressonância magnética. A tecnologia usada pode reconhecer variações nas moléculas de pessoas com transtorno, se comparadas à de pacientes considerados saudáveis. Tal exame foi desenvolvido recentemente pelo Instituto de Química (IQ), da Unicamp, em Campinas (SP).

Foi analisado o soro do sangue de pessoas que possuem um dos dois transtornos e de outras que não. Atualmente, o diagnóstico dessas doenças é feito por investigação médica apenas. Glauco afirma que apesar de os tratamentos serem diferentes, os sintomas das doenças se assemelham e que isso geraria complicações na identificação. Com o exame, o risco de confusão diminuiria.

“A gente se baseia no que o paciente sente ou no que os outros percebem nele. O que a gente observa é que há muitos que passaram vários anos com diagnósticos falhos, portanto, com tratamento falho também. A confiabilidade é muito maior, inclusive para fins até documentais”, afirma Glauco.

Glauco explica com maiores detalhes a identificação de moléculas que promove a identificação do transtorno: “Nós chamamos essas moléculas de biomarcadores. Eles são presentes em um grupo investigado e ausentes no outro, ou estão presentes em concentrações diferentes. Nós gostaríamos que isso fosse usado no dia a dia para a prática clínica, na psiquiatria”.