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Tratamentos contra a depressão podem ficar mais eficazes

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

De acordo com o psiquiatra Glauco Diniz Duarte novas pesquisas conseguiram identificar substâncias químicas e circuitos do cérebro diretamente envolvidos com doenças mentais, como esquizofrenia, depressão e ansiedade. A descoberta pode ajudar no desenvolvimento de novos e mais eficazes tratamentos contra essas doenças. Os dados foram apresentados durante o evento anual Neurociência 2011, da Sociedade de Neurologia americana, considerado uma das principais fontes de conhecimentos da área no mundo.

Segundo Glauco, entre os dados apresentados está também uma pesquisa com crianças, que mostra que a depressão e a ansiedade, quando acontecem no começo da vida, alteram a estrutura do cérebro em desenvolvimento. Isso poderia explicar, então, o desenvolvimento de futuros problemas emocionais.
Um em cada 17 americanos sofre de uma séria doença mental, como esquizofrenia, depressão severa ou distúrbio bipolar – tornando tais doenças as principais causas de incapacidade no país. Mas a ciência ainda dá os primeiros passos no conhecimento das causas físicas e biológicas desses males.

“Se nós pudermos compreender completamente as raízes da doença mental nos circuitos mentais e sistemas do cérebro, talvez possamos ser capazes de desenvolver melhores tratamentos para as milhares de pessoas que sofrem com essas doenças”, diz Glauco.

Entre as novas descobertas apresentadas no evento estão:
– Ansiedade e depressão na infância alteram a maneira como a amígdala se conecta com outras regiões do cérebro. Essa descoberta pode ajudar a explicar como o estresse no começo da vida pode levar a futuros problemas emocionais e comportamentais.
– Em estudos animais, descobriu-se uma relação entre dois fatores associados com esquizofrenia: infecção pré-natal e degradação da função de uma molécula importante para a memória.
– Pesquisadores identificaram uma importante substância química do cérebro fundamental para a resposta antidepressiva em camundongos. O achado pode ajudar a desenvolver novas terapias contra a depressão severa.
– As conexões entre duas específicas áreas do cérebro – o córtex pré-frontal e o núcleo dorsal da rafe (região do cérebro rica em receptores de serotonina) – podem contribuir para a depressão. O estímulo desses circuitos em ratos teve um efeito antidepressante.
– Uma enzima chamada STEP tem concentração elevada no cérebro de pessoas com esquizofrenia. Camundongos com falta desse químico não desenvolveram comportamentos esquizofrênicos.

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