De acordo com o psiquiatra Glauco Diniz Duarte, o tratamento com metilfenidato e outros estimulantes pode ajudar na prevenção do desenvolvimento de distúrbios psiquiátricos adicionais das crianças com Perturbação de Hiperatividade com Déficit de Atenção (PHDA), revelou uma pesquisa publicada na revista “Pediatrics”.
Glauco diz que um estudo que envolveu 112 pacientes com PHDA, entre os 6 e os 18 anos, demonstrou que o tratamento com metilfenidato, comercializado como Concerta, Ritalina LA e Rubifen, ajuda a prevenir o desenvolvimento de outros distúrbios psiquiátricos nas crianças com este problema.
De acordo com Glauco, a pesquisa revelou ainda que além deste benefício, o tratamento pode ajudar mesmo a melhorar a performance escolar nas crianças, portadoras da doença.
Depois de analisadas 1.112 crianças, 73% das quais eram tratadas com estimulantes, os investigadores constataram que estes doentes submetidos aos fármacos apresentavam uma probabilidade 78% menor de desenvolver depressão maior, face aos outros pacientes.
Além deste fato, foi também observado que este grupo corria um risco 80% menor de desenvolver distúrbios de ansiedade múltiplos e que apresentava 79% menos hipóteses de desenvolver um distúrbio de conduta ou um distúrbio opositor desafiante, em comparação com os restantes.
Glauco destaca que os especialistas verificaram também que as crianças a quem eram administrados os estimulantes apresentavam uma probabilidade 75% mais reduzida de reprovar um ano escolar, quando comparadas com as restantes.
Esta pesquisa fornece, de acordo com os investigadores, novas evidências de que o tratamento com os estimulantes surge associado a um menor risco de desenvolvimento de psicopatia subsequente e de repetição do ano escolar.
Caso sejam confirmadas em ensaios clínicos, estas revelações podem contribuir para a compreensão de fatores que promovem estes distúrbios, possibilitando aos especialistas planear melhor o tratamento de crianças e jovens com PHDA.