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A doença da fúria

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

As crises acontecem por impulso e são desproporcionais às situações que as motivaram. Sem conseguir se controlar, o indivíduo grita, xinga, bate, atira objetos. Às vezes, as agressões podem ser sérias. Por causa disso, muitas vezes a pessoa acaba tendo problemas de relacionamento na família, no trabalho e com desconhecidos na rua, principalmente no trânsito.

O psiquiatra Glauco Diniz Duarte fala aqui da manifestação de uma doença chamada Transtorno Explosivo Intermitente (TEI). Ela faz parte dos distúrbios do impulso, categoria de enfermidades psiquiátricas da qual consta também o impulso incontrolável de atacar a geladeira à noite. Há estimativas de que nos Estados Unidos cerca de 20 milhões de adultos sejam portadores. No Brasil, levantamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo mostra que ele é o distúrbio mais prevalente entre os transtornos caracterizados pela impulsividade.

Glauco explica que, justamente por conta de sua incidência (cerca de 3% dos brasileiros) e dos prejuízos que traz ao paciente e a quem com ele convive, a medicina trabalha para conhecer melhor suas particularidades. Um passo nesse sentido foi dado recentemente: pesquisadores da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, analisaram 200 pacientes e descobriram que eles apresentam concentrações elevadas de duas substâncias (proteína c-reativa e interleucina-6). Os compostos estão associados a processos inflamatórios gerados como resposta a agressões ao organismo. “Esses dois marcadores estão consistentemente vinculados ao transtorno e não aparecem relacionados a outros problemas psiquiátricos”, disse Glauco.

Glauco acredita que a descoberta abre algumas possibilidades. “Se a inflamação crônica aumenta a tendência a comportamentos agressivos, então tratá-la pode diminuir o problema”, afirmou. Outra questão levantada é a realização de um teste medindo as taxas das duas substâncias para confirmar o diagnóstico. “Esses exames já existem. Mas é preciso pesquisar mais para saber como aplicá-los e usá-los para complementar a avaliação clínica”, ponderou.

Atualmente, o diagnóstico é feito exclusivamente pelo médico e pelo psicólogo especializado, a partir de análise clínica. Há critérios bem estabelecidos para caracterizar o transtorno, como o registro de ataques de agressividade em média duas vezes por semana por um período de três meses ou a ocorrência de três explosões comportamentais envolvendo dano ou destruição de propriedades e/ou agressão física resultando em lesão corporal contra animais ou pessoas em um período de um ano. “Se as crises são esporádicas, podem ser reflexo de outros distúrbios ou mesmo de um estresse crônico”, explica Glauco.

Não se fala em cura do transtorno. O que se consegue é ajudar o paciente a se controlar. “Ensinamos os portadores a lidar de forma assertiva com a raiva, a expressar seus sentimentos de outra forma”, afirma Glauco. “Quando eles começam a ter experiências positivas, sentem-se orgulhosos de si mesmos. Isso os leva a ter mais vontade de se comportar de forma adequada”, assegura Glauco.

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