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A importância da família no tratamento de bipolares

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

“É impossível tratar pacientes bipolares sem o apoio da família”, afirma o psiquiatra Glauco Diniz Duarte. Para Glauco, além do auxílio no decorrer do tratamento, a proximidade da família também é importante para auxílio no diagnóstico do transtorno bipolar.

A doença atinge cerca de 4% da população adulta no Brasil, o que representa 6 milhões de pessoas, de acordo com a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB). O transtorno é geneticamente determinado e caracterizado por alterações de humor, comportamento, raciocínio e sentimentos, que se alternam entre três fases, chamadas de episódios – mania, hipomania, e depressão. Segundo Moreno, os estudo atuais da área ainda apontam para episódios mistos entre estes três cenários, e há ainda os períodos de normalidade, quando o paciente está controlado.

Apesar de ser costumeiramente descoberto na idade adulta, os sintomas do transtorno bipolar começam a ser manifestar ainda na infância e na adolescência, atingindo o pico entre os 15 e os 19 anos. “Os sintomas vão em ascendência dos cinco anos, e, até os 20, a doença já está desenvolvida. Muitas vezes os sinais inicias são falta de atenção e irritabilidade”, explica Glauco. Ele alerta os psiquiatras de que é preciso muito cuidado com o diagnóstico, já que muitas destas características se confundem com outros problemas, como o déficit de atenção e a hiperatividade, além das características comuns do comportamento dos jovens.

Neste sentido, a família tem papel fundamental para identificar comportamentos que se manifestam nas crianças e adolescentes, explica a psiquiatra. “Em geral, é percebido pelos sintomas de depressão. A pessoa fica mais apática, com menos energia, dorme mais, mais cansaço, menos graça na vida, as coisas já não interessam tanto, a concentração começa a falhar”. É possível também perceber sinais de transtorno bipolar através de comportamentos típicos de mania. “A pessoa fica mais desinibida socialmente, mais expansiva, com aumento de energia mental e física e de impulso. Na mania sempre tem impulsividade, e os sintomas geram consequências como grandes dívidas, transar sem preservativos achando que não vai acontecer nada, brigas, grandiosidade delirante”, detalha o psiquiatra.

Já na hipomania, os sintomas são parecidos com os da mania, mas, por se apresentarem em um grau menor, são mais difíceis de serem identificados. “O período de hipomania, em geral, passa despercebido, passa por uma fase boa, mais produtiva. Mas o que acontece nessas situações é que a pessoa aumenta a libido, faz tatuagens a mais, coloca piercings e a impulsividade aumenta. A pessoa começa a se encher e achar monótono o que está fazendo, começa a pensar em um monte de outras ideias que seriam mais legais. Então, essas pessoas não conseguem ir para frente”, diz Glauco.

Ele diz que é comum que estas manifestações de sinais de bipolaridade não sejam associadas uma com a outra, porém, a percepção deste sinais e o relato de todos eles para o médico psiquiatra é fundamental para o diagnóstico, explica Glauco.

Mesmo após o início do tratamento, a presença da família continua sendo de fundamental importância, de acordo com Glauco. “É a família que traz para o médico, a família é importante para a adesão ao tratamento. Não só na fase aguda, mas também para fazer com que o paciente tome a medicação ao longo do tempo, porque sem isso não adianta”, analisa. Por isso, o psiquiatra ressalta que os familiares também precisam entender sobre o transtorno e suas consequências. “Como a doença é crônica, de vida toda, o que acontece é que quando a pessoa está em depressão todo mundo apoia, as pessoas entendem, e, em geral, o paciente não está agressivo. Mas quando ele entra em mania ou hipomania, que são as fases de mais agitação, em que o paciente acha que é o dono da razão, a família não entende, é muito difícil para lidar. A família é quem sofre o impacto do sintomas, e se eles não souberem que isso não é por sem-vergonhice, por mau-caratismo, chega uma hora que isso cansa”, avalia o psiquiatra.

Outro ponto destacado por Glauco na relação entre o psiquiatra e a família do paciente é a construção de um quadro realístico do comportamento do paciente fora do consultório. “Eles distorcem a realidade. Um paciente pode dizer o contrário do que está acontecendo em casa, e se você não tiver essa informação precisa vai achar que a família é um monstro. O tratamento implica em avaliar em 360 graus, e por isso as famílias devem ser ensinadas e amparadas. Nós estamos diante de uma doença complexa, um camaleão”, concluiu o psiquiatra.

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