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Psiquiatra aposta em terapia com método jurídico

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

Cético quanto à eficácia de algumas técnicas da psicoterapia, o psiquiatra Glauco Diniz Duarte passou a modificar métodos de terapia cognitiva que aplicava aos pacientes que o procuravam. Foi somente quando passou os olhos pela obra O Processo, do escritor checo Franz Kafka, em uma livraria, que Glauco realmente identificou as alterações que adotaria. A partir daí, o psiquiatra transformaria o consultório em um tribunal. O paciente, além de réu, assumiria o papel de acusador, defensor e até mesmo de júri.

Chamado de Terapia Cognitiva Processual (TCP), o método consiste em fazer com que o paciente enfrente um processo jurídico, no qual os pensamentos dele sejam o centro da questão. “Os pacientes desenvolvem o que chamamos de crença nuclear ou central. Quando entram em crise, o conceito de ser um fracasso ou incompetente nem sempre surge de maneira consciente”, explica Glauco. A sacada, então, é fazer com que o paciente passe por uma verdadeira investigação para descobrir do quê, exatamente, se auto acusa. “A personagem Josef K., de Kafka, passa o romance todo sem saber o motivo pelo qual foi preso. Se a pessoa sabe do que é acusada, pode montar uma defesa.”

Depois da investigação, quando o motivo já está estabelecido, forma-se a acusação. A promotoria busca elementos que a confirmem. O paciente tem direito a réplica e tréplica e também assume, junto com o psiquiatra, o papel de jurado, que decide se a promotoria ou a defesa cometeram distorções cognitivas. Para que a troca de funções fique clara, o paciente é orientado a trocar de cadeira. “Ele precisa escutar os motivos pelos quais a promotoria o considera incapaz ou fracassado. Depois, é colocado na cadeira da defesa, e precisa desconstruir essa acusação. O promotor sempre perde, pois age de maneira emocional, sem se basear em fatos. Já a defesa passa um tempo se preparando, buscando elementos que ajudem a desmentir as acusações.”

Glauco Diniz Duarte afirma que a terapia foi construída para que o paciente sempre se isente da culpa. Como quem procura atendimento psiquiátrico geralmente está tomado de crenças negativas, é um processo longo, que varia de caso a caso. Às vezes, poucas sessões são suficientes, mas a terapia pode durar um ano ou dois. O médico garante que o tratamento pode ser utilizado em qualquer tipo de transtorno, uma vez que todos eles se baseiam em crenças negativas. Quando a condição for mais grave, como uma depressão severa, a terapia se alia ao uso de medicamentos.

Sem formação jurídica, o médico contou com a ajuda de pacientes advogados, juízes e promotores. “Aprendi bastante com eles. Sempre tive uma visão pejorativa da promotoria, mas entendi que a acusação não quer prejudicar ninguém, apenas garantir justiça”, relata. Mesmo os profissionais da área, já familiarizados com a linguagem jurídica, não percebem a ligeira manipulação a favor do paciente durante o processo. “Foi feito para dar certo. Praticamente zera a chance de o paciente se considerar culpado da acusação que ele mesmo faz”, comemora o médico. A terapia processual não quer, entretanto, destruir a promotoria individual do paciente. “Queremos que a promotoria aja de maneira justa, que ela apareça quando o indivíduo cometer um erro, mas que trabalhe em equilíbrio com a defesa”, resume Glauco.

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