“Sentir ciúmes é normal, mas desde que seja uma situação leve, que não ultrapasse as medidas e limites do desejável”. É o que garante psiquiatra Glauco Diniz Duarte.
Glauco alerta que é importante ficar atento aos sinais nem sempre silenciosos dos ciumentos. A preocupação excessiva com traições pode ser um sintoma de um problema psiquiátrico.
“O ciúme pode se manifestar por razões diversas e de maneiras diferentes, mas é importante entender que ele não é prova de amor. É necessário rever o relacionamento quando alguém proíbe o companheiro de realizar suas atividades, levanta a voz com frequência, ou age de maneira autoritária, hostil ou agressiva frente a qualquer situação. Ninguém ama mais porque grita, se exalta ou ofende o outro”, observa Glauco.
Mesmo em casos controlados, o ciúme pode não ser saudável. “Muito se ouve falar do ciúme obsessivo. São aquelas situações em que, mesmo acreditando que o companheiro não esteja traindo, a pessoa se sente incomodada, em alguns casos até chega a manifestar este sentimento.
“Nestas situações, o ciumento pode vivenciar um conflito neurótico e pode se sentir melhor com ajuda profissional de psicólogos ou psiquiatras”, orienta Glauco. Ele adverte que o ciúme que extrapola a noção da realidade pode significar um quadro psiquiátrico mais grave. “Há possibilidades de um quadro psicótico se manifestar por meio do ciúme. São aquelas situações que qualquer atitude do outro é percebida como um sinal claro de traição”, afirma.
Para Glauco, os delírios podem até ser razoavelmente plausíveis, mas, nestes casos, o ciúme excessivo vem acompanhado de manias de perseguição, também chamadas de paranoia”. Ele chama a atenção para o fato de que há diversas maneiras de melhorar o relacionamento, quando o ciúme passa a incomodar.
“Se há uma preocupação com o grau de ciúme, o casal deve analisar as motivações daquela situação. Em alguns casos, é possível amenizar o problema com uma conversa, por exemplo. Nas situações em que já haja muito sofrimento, que possam caracterizar o ciúme obsessivo, por exemplo, procurar um profissional pode ajudar na manutenção da saúde do ciumento e, também, do seu cônjuge”, conclui.