Um certo grau de ansiedade é normal, diante de escolhas importantes ou algum evento desconhecido. Porém, se o mal for frequente e tiver grande intensidade, causando sofrimento e prejudicando o bem-estar do individuo, a ansiedade pode ser considerada doença. E, para piorar, pode desencadear ou agravar outros problemas, como a arritmia cardíaca.
Segundo o psiquiatra Glauco Diniz Duarte, a ansiedade afeta de 20 a 25% da população pelo menos uma vez na vida. E a depressão, 15%. Juntas, as duas são as doenças mais comuns nos dias de hoje e estão relacionadas ao nosso estilo de vida.
Glauco defende uma linha de pesquisa, ligada ao neodarwinismo, que acredita que “somos adaptados e modificados ao meio, mas o nosso arcabouço genético é antigo e selecionado ao longo do tempo”. Isso quer dizer que nossa memória genética é muito antiga, portanto, o nosso organismo não está adaptado para a forma de vida moderna e responde a isso com as chamadas doenças desadaptativas, ligadas aos hábitos de vida atuais.
“Ficar sentado no computador muito tempo gera doenças porque não estamos adaptados para isso. O mesmo vale para o estresse. Estamos adaptados para o estresse agudo (ou seja, o do homem caçar e ser pego por um possível predador), mas não ao estresse constante, que se torna crônico (perda emprego, alcance de metas). É esse descompasso entre nossa genética evolutiva e as exigências da vida atual que gera doenças (físicas e psíquicas), entre elas a hipertensão”, acredita Glauco. Mas ele admite que as pesquisas nesta área são muito recentes e, “como tudo que é novo, ainda enfrenta resistências no meio médico”.