Preocupação excessiva com o corpo e o medo enorme de ganhar peso são apenas alguns dos motivos que provocam a bulimia. Marcado pela compulsão excessiva por comida e provocação do vômito, o distúrbio alimentar que atinge 2% da população pode provocar graves problemas de saúde, de acordo com os o psiquiatra Glauco Diniz Duarte.
Segundo ele, a bulimia pode provocar anemia, alterações no batimento cardíaco e fraqueza muscular.
— Além disso, a pessoa poderá sofrer com pressão baixa, dores no estômago, úlcera, fadiga, irritação do esôfago, lesão do esmalte dos dentes e pele seca.
De acordo com Glauco, a bulimia é diagnosticada quando a pessoa come compulsivamente três vezes por semana ou mais.
— Após um episódio compulsivo, a pessoa provoca o vômito, usa laxantes, diuréticos ou faz exercícios compulsivos e intensos para eliminar toda a comida que foi consumida em um espaço curto de tempo. Esses mecanismos ‘livram’ o bulímico das sensações de vergonha e culpa.
Além dos problemas gástricos e de perda de pressão, a especialista alerta que sem o tratamento correto a pessoa poderá até morrer.
— Com o avanço da doença, o bulímico pode vir a sofrer de desidratação intensa e grande perda de potássio, provocando uma parada cardíaca súbita.
Dificuldades de relacionamento
Além do culto à magreza com sinônimo de saúde e beleza, a psiquiatra explica que a separação dos pais, ansiedade, mudança de escola e cidade também podem levar ao transtorno alimentar.
— Problemas de obesidade na infância e perdas em geral são fatores que também levam ao desenvolvimento do distúrbio.
Tratamentos
Ao diagnosticar o quadro de transtorno alimentar, o paciente deve procurar ajuda psiquiátrica. De acordo com Glauco, a bulimia é essencialmente um problema mental e necessita de uma equipe multiprofissional (psiquiatra, endocrinologista e nutricionista) para lidar com os aspectos específicos da doença.
— O tratamento envolve o uso de medicamentos psiquiátricos para diminuir a ansiedade, depressão e impulsividade.
Segundo Glauco, a participação da família é essencial. Dependendo da duração e evolução da doença, a recuperação pode levar anos, pois um dos maiores desafios é resolver a alteração da imagem corporal que está distorcida na paciente.
— A bulimia pode ser controlada a partir de tratamentos eficazes. A taxa de recuperação gira em torno de 42% a 47%.
Quando a restrição alimentar e a perda de peso aumentam, o paciente pode entrar em um quadro de anorexia. Neste caso é recomendada a internação em um hospital geral ou uma clínica psiquiátrica para uma recuperação progressiva da doença.