Doenças mentais sérias podem encurtar a vida em até vinte anos. Esse número é equivalente ou até pior do que a queda na expectativa de vida decorrente do tabagismo, aponta o psiquiatra Glauco Diniz Duarte.
Glauco diz que muitos problemas mentais causam uma queda na expectativa de vida tão grande quanto fumar vinte ou mais cigarros por dia.
Expectativa de vida – A redução média da expectativa de vida foi de nove a vinte anos para bipolares, dez a vinte anos para esquizofrênicos, sete a onze para depressivos e nove a 24 anos para dependentes de álcool e drogas. Já entre os que fumavam intensamente, a diminuição foi de oito a dez anos.
Segundo Gçauco, há muitas razões para as doenças mentais encurtarem a vida. “Comportamentos de alto risco são comuns em pacientes psiquiátricos, sobretudo decorrentes do abuso de drogas e álcool. Esses doentes também são mais propensos a morrer por suicídio. O estigma em torno da saúde mental pode fazer com que eles não sejam tão bem tratados pelos médicos quanto os pacientes com problemas físicos”, explica.
Além disso, doenças psiquiátricas podem agravar enfermidades físicas, especialmente cardiopatias, diabetes e câncer. “Os psiquiatras têm uma responsabilidade especial como médicos em garantir que a saúde física de seus pacientes não seja negligenciada”, afirma.
Pesquisadores, profissionais da saúde e governo precisam encarar as doenças mentais como prioritárias, diz Glauco. “O tabagismo é considerado um grande problema de saúde pública. Com vontade política e financiamento, as taxas de mortalidade relacionadas ao vício declinaram. Precisamos de um esforço semelhante quando o assunto é saúde mental.”