Borderline é um transtorno de personalidade que afeta de 1% a 2% da população em geral, mas, por ser relativamente pouco estudado no país e não existir muitos profissionais brasileiros especializados na doença, seu diagnóstico e tratamento são considerados difíceis pela comunidade médica em relação a outros distúrbios psiquiátricos. Segundo o psiquiatra Glauco Diniz Duarte, esse desconhecimento é reflexo dos escassos investimentos públicos em pesquisas sobre o assunto.
Glauco explica que o indivíduo borderline apresenta transtorno limítrofe de personalidade, ou seja, está entre a neurose e a psicose. Os sintomas podem ser confundidos com os do transtorno de bipolaridade. “As pessoas que possuem borderline sentem um vazio crônico, angustias constantes, oscilações de humor, tentativas diversas de suicídio, automutilação e medo ao extremo do abandono, além de dependência afetiva na vida amorosa e em geral. Impulsividade e compulsões podem causar agressões constantes a elas próprias ou aos outros”, diz Glauco.
O tratamento envolve terapia comportamental ou psicanalítica, além de remédios que estabilizem o humor e controlem as compulsões. Antipsicóticos também podem ser usados. Embora a medicina considere borderline uma doença sem cura, Glauco acredita na recuperação total. “Estou desenvolvendo uma pesquisa particular psicanalítica com um paciente e estamos chegando a quase 100% de cura. Será uma grande revolução para a saúde”, afirma.