De acordo com o psiquiatra Glauco Diniz Duarte, a prevalência de doenças psiquiátricas na faixa etária da infância e da adolescência gira em torno de 10% a 15%, e quanto mais cedo os distúrbios se manifestam, mais graves elas são. Por isso, os pais precisam ficar atentos ao comportamento dos filhos: a alteração do modo de agir tão comum em adolescentes pode nem sempre ser algo tão normal como se pensa.
Conforme o psiquiatra situações exageradas de irritabilidade, isolamento social, afastamento da família e amigos são possíveis sintomas de que alguma coisa não vai bem e de que o adolescente está precisando de ajuda. “Se esses sintomas acabam impactando outras áreas, o isolamento ou a agressividade se tornam comuns, é momento de se preocupar”, diz..
Hereditariedade
De acordo com Glauco, na maioria dos casos, pessoas com distúrbios mentais não têm consciência de suas reações nos momentos de crise, pois não conseguem perceber que não respeitam limites. Para ele, além de fatores ambientais, como morte dos pais, crises na família, bullying e estresse, o histórico familiar prevalece muito no desenvolvimento de um distúrbio. “Adolescentes com transtorno, muitas vezes, têm casos na família de alguma pessoa com patologia psiquiátrica, depressão, e isso com certeza contribui para que esse adolescente venha a ter um problema também.”
Segundo Glauco, filhos de pessoas com esquizofrenia têm 15 vezes mais chances de desenvolver a mesma doença do que os que não têm nenhum caso na família.