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Tratamento das doenças mentais

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

Para o psiquiatra Glauco Diniz Duarte, de modo geral, os tratamentos psiquiátricos dividem-se em duas categorias; somáticos ou psicoterapêuticos. Os tratamentos somáticos incluem as terapias farmacológicas e electroconvulsivantes. Os tratamentos psicoterapêuticos incluem a psicoterapia (individual, de grupo ou familiar), as técnicas de terapia do comportamento (como os métodos de relaxação e a hipnose) e a hipnoterapia. Muitas perturbações psiquiátricas requerem, para o seu tratamento, uma combinação de fármacos e de psicoterapia. No caso das grandes perturbações psiquiátricas, a maior parte dos estudos sugere tratamentos que compreendam tanto fármacos como psicoterapia, o que resulta mais eficaz que qualquer deles utilizados separadamente.

Tratamento farmacológico
Segundo Glauco, durante os últimos 40 anos desenvolveu-se um grande número de fármacos psiquiátricos altamente eficazes e amplamente usados pelos psiquiatras e por outros médicos. Estes fármacos são, muitas vezes, classificados de acordo com a perturbação principal para a qual se prescrevem.

Por exemplo, os antidepressivos, como a imipramina, a fluoxetina e o buproprion, usam-se para tratar a depressão. Osfármacos antipsicóticos, como a clorpromazina, o haloperidol e o tioxiteno, são úteis para perturbações psiquiátricas como a esquizofrenia.

Os novos antipsicóticos, como a clozapina e a risperidona, podem ser úteis para alguns doentes que não tenham respondido a outros fármacos mais tradicionais. Os fármacos ansiolíticos, como o clonazepam e o diazepam, podem utilizar-se para tratar as perturbações por ansiedade, como a perturbação por pânico e as fobias.

Os estabilizantes do humor, como o lítio e a carbamazepina, foram usados, com certo êxito, em pacientes com doenças maníaco-depressivas.

Terapia electroconvulsionante
Segundo Glauco, na terapia electroconvulsionante, colocam-se eletrodos na cabeça com o fim de provocar uma série de descargas elétricas no cérebro para induzir convulsões. Foi claramente demonstrado que este tratamento é o mais eficaz para a depressão grave. Contrariamente ao que transmitiram alguns órgãos de comunicação, a terapia electroconvulsionante é segura e raramente provoca complicações graves. O uso atual de anestésicos e relaxantes musculares reduziu em grande medida qualquer risco para o doente.

Psicoterapia
Glauco explica que durante os últimos anos efetuaram-se grandes avanços no campo da psicoterapia. A psicoterapia é o tratamento que o terapeuta aplica ao doente mediante técnicas psicológicas e fazendo uso sistemático da relação doente-terapeuta. Os psiquiatras não são os únicos profissionais da saúde preparados para praticar a psicoterapia. Também podem incluir-se psicólogos clínicos, trabalhadores sociais, enfermeiros, alguns conselheiros espirituais e muitos outros que não são profissionais da saúde. No entanto, os psiquiatras são os únicos profissionais da saúde mental autorizados a receitar fármacos.

Embora a psicoterapia individual se pratique de muitas formas diferentes, de modo geral os profissionais da saúde mental são especializados numa das quatro escolas de psicoterapia seguintes: a dinâmica, a cognitivo-comportamental, a humanista ou a comportamental.

A psicoterapia dinâmica deriva da psicanálise e baseia-se em ajudar o doente a compreender as suas estruturas e conflitos internos que podem estar a criar sintomas e dificuldades nas suas relações. A terapia cognitivo-comportamental centra-se primariamente nas distorções do pensamento do doente. A terapia interpessoal centra-se no modo como uma perda ou uma alteração numa relação afeta o doente. A terapia comportamental está orientada para ajudar os doentes a modificar a sua forma de reagir diante de acontecimentos que ocorrem à sua volta. Na prática, muitos psicoterapeutas combinam várias técnicas segundo as necessidades do doente.

A psicoterapia é apropriada para uma variedade ampla de situações. Inclusive as pessoas que sofrem de perturbações psiquiátricas podem encontrar nela ajuda para enfrentar problemas como dificuldades no trabalho, perda de um ente querido ou uma doença crônica na família. Também se utilizam amplamente a psicoterapia de grupo e a terapia familiar.

Hipnose e hipnoterapia
A hipnose e a hipnoterapia estão a ser utilizadas de modo crescente para tratar a dor e as perturbações físicas que têm uma componente psicológica. Estas técnicas podem promover a relaxação, fazendo, consequentemente, com que a ansiedade e a tensão se reduzam. Por exemplo, a hipnose e a hipnoterapia pode ajudar as pessoas com cancro que, além da dor, têm ansiedade ou depressão.

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