Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, antigamente, um dos passatempos preferidos dos donos mais cuidadosos era gastar algumas horas limpando o motor. Nesse trabalho era usado óleo diesel, pincel, compressor e muita água. Depois, quando o carro não pegava, bastava enxugar o distribuidor e pronto.
O veículo ficava bonito por inteiro e o orgulhoso proprietário não perdia uma oportunidade para abrir o capô e exibir sua “obra de arte” aos amigos. Muitos ainda ampliavam o capricho instalando algumas luzes, tampas cromadas e peças coloridas.
Mas, nas últimas décadas, os automóveis ficaram mais sofisticados e o cofre do motor passou a abrigar vários sistemas eletroeletrônicos. Para não ter surpresas, é importante ter muito cuidado na hora de limpar essa área. Confira a seguir alguns problemas bastante comuns.
Defeitos eletroeletrônicos
Hoje, os veículos se tornaram verdadeiros “computadores sobre rodas” e uma série de módulos, sensores, atuadores, fusíveis e relês ficam instalados na região do motor. Por essa razão, aplicar jatos de água sobre essas peças é uma prática totalmente condenável.
Entre os componentes que podem ser afetados, podemos destacar:
módulo da injeção eletrônica,
módulo dos freios ABS,
sensores e atuadores,
caixa de fusíveis e relés,
bobinas e cabos de velas,
chicote e seus conectores.
Para proteger esses sistemas da água e dos produtos químicos usados na lavagem, algumas pessoas improvisam fazendo isolamentos com sacos plásticos ou outros materiais. Mas sabemos que é uma tarefa arriscada, qualquer falha pode prejudicar o funcionamento do carro.
Mesmo quando tudo dá certo e o motor liga depois da limpeza, alguns problemas podem ficar escondidos e causar falhas com o passar do tempo, como a oxidação e o ataque químico. A água e os solventes afetam principalmente os conectores, provocando maus contatos.
Outro erro bastante comum é usar desengraxantes fortes ou derivados de petróleo durante a lavagem. Esses produtos atacam todos os componentes de borracha, como as mangueiras, correias, coxins, coifas e até o revestimento externo dos cabos de velas.
Causa fuga de corrente
Se lavar o motor apenas com água de mangueira e detergente automotivo não é recomendável, imagine fazer esse trabalho com uma lavadora de alta pressão. Parece loucura, não é? Mas muita gente faz! A força do jato chega a quebrar peças e dobrar as aletas do radiador.
Cuidado com o capô e a frente
Algumas vezes, mesmo não lavando o motor, você pode acabar prejudicando um sistema sem querer. Na hora de limpar o carro, redobre a atenção com a parte de dentro do capô, a região do painel frontal, as laterais internas e os para-lamas.
Nós sabemos que, para o veículo ficar com uma boa aparência e você não sujar as mãos sempre que precisar conferir a água ou o óleo, é importante manter essas áreas limpas. Mas a água pode cair onde não deve. O ideal é proteger tudo com um plástico.
Existe outra opção: os limpadores a seco
Mas, se você é caprichoso e não abre mão de deixar o carro perfeito por inteiro, uma alternativa são os limpadores a seco. Já ouviu falar? São produtos próprios para serem usados no motor e em outras partes do veículo que costumam acumular as sujeiras mais difíceis.
O único cuidado é ler com atenção as instruções de cada fabricante, usar luvas na hora da aplicação e evitar que a solução entre em contato direto com o chicote ou outros componentes eletroeletrônicos. Com um pouco de paciência, o resultado fica excelente!
Na dúvida procure um especialista
Deu para perceber que lavar o motor do carro não é mais tão simples como antigamente, quando víamos os nossos pais ou avós dando “aquele trato no possante” no quintal de casa. Hoje, um simples jato de água ou um pouco de solvente pode causar um grande prejuízo.
Se bater aquela insegurança e você não quiser deixar o motor sujo, procure um profissional de confiança, que domine bem o trabalho e não use químicos fortes na limpeza. Caso não conheça ninguém, pergunte ao seu mecânico. Com certeza ele terá alguma indicação.