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Transtorno obsessivo-compulsivo

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

O que é Transtorno obsessivo-compulsivo?
Segundo o psiquiatra Glauco Diniz uarte, o transtorno obsessivo-compulsivo, conhecido popularmente pela sigla TOC, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade descrito na quinta edição do Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais, o DSM-V (no termo em inglês). Sua principal característica é a presença de crises recorrentes de obsessão e compulsão.

Analogicamente falando, diz Glauco, uma pessoa com TOC é como um disco riscado, que repete sempre o mesmo ponto daquilo que está gravado. Pacientes deste distúrbio sofrem com imagens e pensamentos que os invadem insistentemente e, muitas vezes, sem que a pessoa possa controlá-los. Para essas pessoas, a única forma de controlar esses pensamentos e a própria ansiedade é por meio de um ritual, que pode ser repetido muitas vezes ao longo do dia. Esse ritual é chamado de compulsão, um tipo de comportamento irracional e repetitivo que segue um padrão de regras e etapas extremamente rígido, geralmente pré-estabelecido pela própria pessoa.

É muito comum que pacientes com TOC acreditem que, se deixarem de cumprir o ritual, algo terrível poderá acontecer. Esse comportamento tende a agravar-se à medida em que a doença evolui. Por isso, o diagnóstico e o tratamento precoces são muito importantes e essenciais para a recuperação.
Estudos epidemiológicos coordenados pela Organização Mundial da Saúde mostram que aproximadamente 1 a 2% da população mundial tenha TOC. No Brasil, são cerca de quatro milhões de pessoas sofrendo com este distúrbio psiquiátrico.

Tipos
De acordo com Glauco existem dois tipos de TOC: o transtorno obsessivo-compulsivo subclínico, caracterizado pelas obsessões e rituais que se repetem com frequência – mas que não interferem na qualidade de vida da pessoa e de quem está ao seu redor -, e o transtorno obsessivo-compulsivo propriamente dito, cuja ansiedade só pode ser aliviada e controlada por meio dos rituais, que são repetidos compulsivamente e que chegam a atrapalhar diretamente na vida de quem sofre com a doença e de pessoas próximas.

Causas
Glauco afirma que os médicos ainda não são capazes de entender completamente o que está por trás do transtorno obsessivo-compulsivo, mas as principais teorias que cercam as causas da doença dizem respeito a três fatores: a biologia, a genética e o meio ambiente.

Alguns pesquisadores acreditam que o TOC pode ser resultado de alterações ocorridas no corpo ou no cérebro da pessoa. Outros estudos apontam o distúrbio para uma pré-disposição genética – muito embora os genes que estariam eventualmente envolvidos não tenham sido identificados até agora.
Fatores ambientais, como infecções, também parecem estar envolvidos. Pesquisas adicionais, no entanto, ainda precisam ser realizadas para corroborar essa hipótese.

Fatores de risco
Para Glauco, os principais fatores capazes de aumentar o risco de uma pessoa desenvolver o transtorno obsessivo-compulsiva incluem histórico familiar, como ter algum membro próximo da família com diagnóstico positivo de TOC, e acontecimentos traumáticos e estressantes que tenham ocorrido na vida da pessoa, como a morte de um ente querido ou um acidente grave.

TOC atinge a mulheres e homens na mesma proporção e, na maioria dos casos, a doença surge durante a infância ou nos primeiros anos da adolescência e vida adulta.

Sintomas
Sintomas de Transtorno obsessivo-compulsivo
Os principais sinais e sintomas do transtorno obsessivo-compulsivo consistem basicamente em duas partes, que dão nome à doença: obsessão e compulsão. No entanto, é comum encontrar pessoas que desenvolvam apenas um dos tipos de sintomas.

Sintomas de obsessão
Uma obsessão, dentro do transtorno obsessivo-compulsivo, consiste em uma série de imagens, pensamentos e ideias que vêm à cabeça da pessoa insistente e repetidamente, sem que ela possa controlar. Geralmente, a obsessão vem seguida da compulsão, que nada mais é do que uma forma de se livrar da própria ansiedade por meio de rituais e comportamentos repetitivos. No entanto, a obsessão em uma pessoa com TOC também pode manifestar-se isoladamente.

Os casos obsessivos mais comuns na doença são:
Obsessão por limpeza, que são, geralmente, resultado de um medo irracional de contaminação ou sujeira.
Fixação por uma organização rígida, que segue obrigatoriamente uma determinada ordem e simetria.
Pensamentos agressivos, de autoagressão ou outros pensamentos de carga negativa.
Pensamentos indesejados, incluindo de temas sexuais ou religiosos.

Sintomas de compulsão
Em pessoas com TOC, compulsões são comportamentos repetitivos que o paciente se sente compelido a executar para controlar, prevenir ou reduzir a ansiedade causada pelas obsessões ou, ainda, para impedir que algo terrível aconteça. O cumprimento dos rituais característicos do TOC, no entanto, não trazem prazer para a pessoa, sendo capaz de reduzir a ansiedade apenas temporariamente.

Os sintomas de TOC geralmente começam gradualmente e oscilam em intensidade e gravidade durante toda a vida do paciente – dependendo, também, da eficácia do tratamento. Os picos geralmente acontecem quando a pessoa está vivenciando um período de estresse intenso.

Alguns pacientes são capazes de compreender que suas obsessões e compulsões não fazem sentido, mas nem sempre é o caso. Sobretudo crianças têm dificuldade em reconhecer o que está errado.

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