Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, todos os painéis solares no telhado parecem os mesmos do lado de fora: mesmo tamanho, mesma espessura e até mesmo o mesmo sistema de instalação. Mas por dentro, os painéis solares desenvolvidos pela Insolight estão se destacando pela eficiência. Isso porque eles entregam rendimentos de 29%: quase o dobro dos disponíveis atualmente no mercado -, que têm rendimentos de 17 a 19%.
Recentemente testados por um laboratório independente, os novos painéis usam um sistema óptico patenteado que concentra a luz solar em uma espécie de célula fotovoltaica miniatura normalmente usada em satélites, que são muito eficientes, mas também muito caros.
Para manter os custos baixos para o mercado de varejo, foi desenvolvido um vidro protetor, onde pode ser inserido lentes ópticas, que concentram a luz solar em cerca de 100x e a direcionam para a pequena superfície das células de alto desempenho. Os fundadores da Insolight, Mathieu Ackermann, Laurent Coulot e Florian Gerlich, também projetaram um mecanismo que pode mover as células horizontalmente por alguns milímetros, a fim de acompanhar a luz do sol ao longo do dia.
Como as células ocupam apenas uma pequena fração da superfície do painel solar, o sistema da Insolight pode até mesmo ser instalado em painéis solares convencionais para aumentar sua produtividade. “Essa abordagem híbrida é particularmente eficaz quando está nublado e a luz do sol é menos concentrada, pois pode continuar gerando energia mesmo sob raios de luz difusos”, garante Mathieu Ackermann.
Aumentar a eficiência e reduzir custos
O sistema ultrafino tem a mesma aparência e formato que os painéis normais de telhado e pode ser instalado da mesma maneira. “O verdadeiro desafio para o mercado de varejo é aumentar os rendimentos sem elevar os custos, mantendo o equipamento robusto e fácil de instalar”, diz Laurent Coulot.
A tecnologia da Insolight estabeleceu um recorde em testes de laboratório dois anos atrás, quando alcançou um rendimento de 36%. Desde então, o sistema foi padronizado para produção em massa com um rendimento de 29% – muito à frente do rendimento de 17 a 19% dos concorrentes – como confirmado em testes do Instituto de Energia Solar da Universidade Técnica de Madri.
O sistema também foi testado durante um ano inteiro em telhados em um local piloto da Escola Politécnica Federal de Lausana (EPFL), na Suíça. “Nossos painéis foram conectados à rede e monitorados continuamente. Eles continuaram trabalhando sem problemas com ondas de calor, tempestades e clima de inverno”, afirma Ackermann com orgulho.
30% de economia energética
Segundo os fundadores, os painéis solares oferecem melhor retorno sobre o investimento, uma vez que “pode reduzir as contas de energia das residências em até 30% nas regiões ensolaradas”, diz Coulot. Esse cálculo influencia o custo, a vida útil e o rendimento dos painéis, bem como os custos de energia local, condições climáticas, custos de empréstimos e custos de manutenção e limpeza.
Os três fundadores da empresa se conheceram na EPFL e estabeleceram sua empresa na instituição. Hoje eles estão conversando com vários fabricantes de painéis solares para licenciar a tecnologia. “Fazer nossos painéis envolve algumas etapas adicionais durante o estágio de montagem. Essas etapas podem ser aplicadas ao final dos processos da produção padrão”, diz Coulot. A empresa planeja lançar seu primeiro produto no mercado em 2022.