Glauco Diniz Duarte Bh – brasil e energia renovavel
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, a capacidade nacional de produzir energia sustentável e de fontes renováveis é uma das maiores do planeta – e o desafio é se preparar para tirar proveito disso. Essa afirmação foi consenso entre os debatedores da quarta edição do encontro “O Brasil que o Brasil quer”, na Casa do Saber, em São Paulo.
O debate contou com três grandes especialistas do tema Energia Sustentável: Ricardo Lamenza, vice-presidente sênior das divisões Power da Siemens no Brasil; Elbia Silva Gannoum, presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) e Newton Duarte, presidente executivo da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (COGEN).
Diversidade energética: positiva e necessária
A geração hídrica corresponde a 65,2% do total da matriz elétrica brasileira. E a atual estiagem é um exemplo da necessidade de manter fontes diversificadas, que atendam ao abastecimento da sociedade, sem dependência única.
Algumas fontes renováveis, como a solar, a biomassa e a energia eólica comprovam seu potencial diariamente: “O Brasil é hoje, em termos de matriz energética e elétrica, o país mais renovável do mundo”, afirma Elbia Gannoum, presidente executiva da ABEEólica. “Uma matriz sustentável tem de envolver segurança, competitividade e sustentabilidade ambiental. Recursos o País tem; o grande desafio é fazer a gestão dessa riqueza”, ressalta.
Newton Duarte, presidente executivo da COGEN, acredita que o Brasil está diante da oportunidade de continuar a expansão do setor elétrico com fontes renováveis. “Nos últimos dez anos, tivemos uma contribuição fantástica das energias renováveis. A cogeração cresceu de 4 mil para 14 mil megawatts”, revela.
Quando o assunto é termelétrica, é essencial desassociá-la do conceito de “extremamente poluente”, comum no passado. “Hoje devemos pensar em termelétricas a gás, planejadas e eficientes”, pontua Ricardo Lamenza, vice-presidente sênior das divisões Power da Siemens. “Esse é o papel da tecnologia: aperfeiçoar. Nós mesmos temos desenvolvido turbinas extremamente eficientes, como nossas máquinas H, com tecnologia comprovada de mais de 250 mil horas de operação comercial e com baixos índices de emissões”.
Mudanças socioeconômicas
Além da diversificação das fontes, tão importante para o abastecimento do País, o investimento em outras formas de geração sustentável tem resultados positivos ainda mais amplos. A fonte eólica, por exemplo, tem levado crescimento e desenvolvimento socioeconômico às regiões que são carentes de oportunidades no semiárido nordestino. “Hoje a população está colhendo o vento e o transformando em prosperidade”, diz Elbia, da ABEEólica.
As famílias recebem cerca de um salário mínimo por mês por cada torre que está no fundo de seu quintal. Antes, explica Elbia, muitas dessas famílias viviam com um salário mínimo por ano. “Isto é o que nós economistas chamamos de efeito multiplicador, que é até mais fantástico do que a própria produção de energia elétrica em si”.
Para Ricardo Lamenza, da Siemens, o País tem muito potencial: “É preciso trazer estabilidade para a matriz energética brasileira, com sistema regulatório adequado. O Brasil possui todas as condições para ter nos próximos dez anos uma matriz sustentável e equilibrada”.