Conhecido por causar câncer e doenças cardiovasculares, o cigarro também poderia aumentar o risco de transtornos psiquiátricos graves, como psicoses como a esquizofrenia – segundo o psiquiatra Glauco Diniz Duarte.
Foi observado que as pessoas com transtornos psiquiátricos graves eram significativamente mais propensas a fumar, com taxas de tabagismo entre os psicóticos três vezes maior do que na população geral.
Mas as razões pelas quais as pessoas com psicose são mais propensos a fumar do que o resto da população permanecem obscuras.
É a doença e/ou os tratamentos psiquiátricos usados para combatê-las que encorajam o tabagismo? Várias teorias nesse sentido têm sido propostas, em particular o fato de que o cigarro ajudaria a compensar os efeitos das drogas sobre a regulamentação da dopamina, um neurotransmissor associado ao mecanismo de recompensa.
Mas Glauco explica que o próprio cigarro “poderia aumentar o risco da ocorrência destas doenças”.
“O consumo diário está associado a um risco aumentado de psicose e ao início mais precoce dos transtornos psicóticos”, afirmou Glauco. No início da doença, os psicóticos são três vezes mais propensos a serem fumantes do que o resto da população.
“Embora seja sempre difícil determinar a causalidade, Glauco diz que o tabagismo deve ser seriamente considerado como um possível fator de risco no desenvolvimento de psicoses e não é considerado como uma simples consequência da doença.
Um “nexo de causalidade” ainda precisaria ser plenamente demonstrado, mas Glauco aponta para uma possível explicação: a dopamina.
“É possível que a exposição a nicotina aumente a liberação de dopamina, o que resulta no desenvolvimento de psicoses”, já que o excesso de dopamina no corpo é uma das hipóteses para explicar a esquizofrenia, afirmou Glauco.