Glauco Diniz Duarte Bh – Diesel para injeção eletrônica
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, a injeção eletrônica é o sistema de alimentação criado para substituir os carburadores e melhorar a eficiência dos motores a combustão interna. Já abordamos aqui no WM1 que essa tecnologia contribui na redução do consumo de combustível e nas emissões de poluentes sem comprometer o desempenho do automóvel.
Embora esteja presente em praticamente todo carro fabricado no Brasil nos últimos 25 anos, muita gente não sabe que existem diferentes tipos de injeção eletrônica.
Injeção eletrônica indireta e direta
A injeção indireta é o sistema mais utilizado por ser mais simples e barato. Em contrapartida, é menos eficiente na administração do consumo de combustível em comparação com a injeção direta. O seu funcionamento consiste em injetar o combustível no coletor de admissão, ainda fora da câmara de combustão.
Nos motores com injeção direta não há uma mistura prévia do ar com o combustível. O ar entra no motor por meio dos coletores de admissão, enquanto o combustível é injetado em altíssima pressão diretamente na câmara de combustão. O resultado é uma queima mais eficiente, o que gera mais potência sem elevar o consumo.
Em contrapartida, o sistema direto tem manutenção e componentes mais caros em razão da tecnologia mais sofisticada. Os seus bicos injetores, por exemplo, precisam ser mais resistentes para suportar a pressão muito maior do sistema (150 a 200 bar ante 3 a 4 bar da injeção indireta).
Embora a injeção direta tenha se tornado mais conhecida há alguns anos, o sistema já existe desde a década de 1950. A tecnologia foi introduzida, primeiramente, em protótipos de competição e modelos esportivos. O Mercedes-Benz 300 SL utilizava um sistema mecânico, sem gerenciamento eletrônico.
Carros a diesel começaram a popularizar a injeção direta
Os primeiros carros de grande volume de produção a contarem com injeção direta eram modelos movidos a diesel. O precursor foi o Fiat Croma TDI, lançado na Europa em 1988. Um ano mais tarde, o Audi 100 chegava ao mercado.
Nos motores a diesel, a injeção direta também é responsável por acelerar ou desacelerar o motor, uma vez que a ignição que detona a mistura de ar e combustível é feita pela compressão, e não pelo centelhamento das velas. Isso dispensa uma borboleta para controlar a rotação do motor, pois o sistema de injeção aumenta ou diminui o volume de combustível injetado na câmara de combustão.
Injeção direta e indireta no mesmo motor
A injeção direta é mais comum em motores turbinados, mas existem carros com propulsores naturalmente aspirados que utilizam o sistema para maior eficiência energética (como o novo Toyota Corolla 2.0 flex, por exemplo). E também há modelos turbo que apelam à injeção direta simplesmente por questões de custo e facilidade de manutenção (motores dos novos Chevrolet Onix e Tracker).
Por outro lado, há marcas que combinam os dois sistemas para aproveitar o melhor que cada um deles pode oferecer. Alguns motores do Grupo Volkswagen, como por exemplo o do Audi A3, utilizam a injeção indireta em situações que não demandam tanta potência, enquanto o sistema direto entra em ação quando a eletrônica identifica a necessidade de entrega de mais desempenho.