Glauco Diniz Duarte Bh – energia eólica e renováveis
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, a energia eólica é a mais competitiva entre as fontes renováveis de energia, segundo um recente estudo da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), realizado a pedido da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Divulgado em setembro, o relatório aponta que as usinas eólicas apresentam o custo final mais barato para os consumidores, com R$ 195 o MWh em 2019. A segunda fonte mais barata foi a térmica a biomassa, que tem seu custo caracterizado exclusivamente pela contratação dos leilões, cujo preço médio foi de R$ 253,5/MWh. Em terceiro lugar destacam-se as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Os preços são baseados nos leilões de contratação de energia realizados pelo governo desde 2015.
“A eólica foi a fonte mais barata, mesmo com outras composições no custo, como a de intermitência, que faz com que energia térmica tenha de ser acionada em alguns momentos quando o vento não gera”, afirma o especialista em Segurança do Mercado & Informações da CCEE, Christian Cecchini, que conduziu o estudo após interações com a Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel) e com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O que levou a essa competitividade?
Relatório da Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena) informa que o Custo Nivelado de Energia (LCOE) da energia eólica caiu em 39% entre 2010 e 2019. Conforme IRENA (2019), para 2030 se espera uma queda semelhante e para 2050 essa redução poderia superar 50%. No Brasil, não foi diferente. Houve uma redução dos preços de equipamentos no Brasil desde a década passada com a atração de fornecedores de máquinas para o país.
O Brasil tem hoje seis fabricantes de turbinas, fábricas de pás e torres eólicas e centenas de empresas que trabalham em outros componentes. Em 2004, foi dado o primeiro passo para baixar o custo das fontes alternativas, com a criação do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa). Em 2009, foi criado um leilão anual com foco na energia eólica. Em paralelo, o BNDES passou a conceder financiamento pela linha do Finame para máquinas e equipamentos com um índice de nacionalização da produção superior a 60%. Em 2009, o preço da energia eólica despencou para 135 reais o MWh em um leilão de contratação de energia; em 2011, em um outro leilão, uma nova queda recorde: o MWh chegou a 102 reais.
Além da tecnologia mais barata, os ventos brasileiros, com destaque aos do Nordeste, estão entre os mais fortes do mundo. Enquanto a média mundial do fator de capacidade está ao redor de 25%, o Brasil, na média, tem um fator de mais de 40%, atingindo valores próximos a 60% e 70% no Nordeste. Esse indicador representa a proporção entre a geração efetiva da usina em um intervalo de tempo e a capacidade total no mesmo ínterim. Quanto maior é, mais tempo as turbinas são acionadas pelos ventos e geram energia, sendo mais eficientes.
Menor emissão de poluentes globais
As usinas eólicas não emitem CO2 em sua operação, substituindo, portanto, outras fontes de geração de energia elétrica com emissão. Dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) apontam que o total de emissões evitadas em 2019 foi de 22,85 milhões de toneladas de CO2, o equivalente à emissão anual de cerca de 21,7 milhões de automóveis. Para base de comparação, a cidade de São Paulo tem uma frota de mais de 6,3 milhões de automóveis e o Estado de São Paulo possui mais de 19,4 milhões de automóveis.
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