Glauco Diniz Duarte Bh – o que é energia renovavel exemplos
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, o Brasil tem feito o dever de casa no campo da produção de energias renováveis e pode atuar como garoto-propaganda nessa área, inclusive na Conferência Mundial do Clima que acontecerá em Paris, no início do próximo mês. A avaliação foi feita ao GLOBO pela presidente do Conselho Mundial de Energia Renovável, Angelina Galiteva. Conhecida por ter ajudado a fazer uma revolução verde no estado americano da Califórnia, ela teve uma série de encontros em Brasília, na semana passada, com representantes do Ministério de Minas e Energia, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), do Ipea, da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace).
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— O Brasil deve sentir orgulho. É um garoto-propaganda — afirmou a especialista.
Segundo Angelina, 84% da matriz energética brasileira são de fontes renováveis, com ênfase para as hidrelétricas. Ela acrescentou que os leilões de energia eólica são mais um exemplo de que as fontes serão ainda mais diversificadas. Lembrou que há investimentos em biomassa e recomendou que, no caso da energia solar, o Brasil aprenda com a União Europeia.
A especialista também elogiou a decisão do governo brasileiro de liberar as importações de carro elétrico. A seu ver, é uma “excelente solução”. Ela ressaltou que, de forma geral, os consumidores, especialmente os mais jovens, estão cada vez mais interessados em novas energias.
— Há, ainda, a opção de carro movido a hidrogênio, que os europeus estão mais inclinados a adotar — destacou.
Munida de gráficos que leva consigo a reuniões e palestras, Angelina disse que, ao contrário do que muitos pensam, os investimentos em energia renovável caíram apenas em um primeiro momento na crise financeira internacional de 2008, mas depois se recuperaram. Houve uma queda de 9% em 2009, frente ao ano anterior, mas em seguida, em 2010, os investimentos cresceram 35%. Em 2014, a alta foi de 12% em relação a 2013.
— O carvão foi mais afetado do que a energia limpa — disse.
Sobre a Califórnia, ela disse que o estado gasta 30% de sua energia na gestão de recursos hídricos, como transposição de bacias, distribuição e tratamento de água e saneamento. Além disso, graças à energia solar, os californianos começam a construir casas com baixíssimo consumo de energia. A expectativa é que, em 2040, 50% da matriz energética da Califórnia sejam de energias renováveis.