Glauco Diniz Duarte Bh – porque a energia solar e eólica não são mais largamente utilizadas
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, se há uma coisa que o homem moderno já descobriu, apesar de nem sempre dar a devida importância, é que tudo tem fim. No Brasil, cerca de 90% da energia utilizada vem de usinas hidrelétricas. Como o país tem dimensões continentais, há várias áreas rurais que, por ficarem muito longe das centrais utilizam as termoelétricas ou, apesar de ainda em escala bem reduzida, a energia eólica, aquela produzida pelos ventos. Sim, fontes alternativas, como esta, a solar e a das marés, podem ser a saída para futuro melhor.
Energia hídrica ainda é considerada a mais barata e limpa
Ainda é a energia hídrica a mais largamente utilizada, gerada a partir de grandes quantidades de água represada em queda constante de alturas elevadas. Nas usinas, a água da parte alta é transformada em energia cinética, a que faz as próprias pás das turbinas girarem acionando o gerador que produz a energia elétrica. Como o volume de água depende diretamente do abastecimento dos grandes mananciais pelas chuvas, temos aí um problema quando a frequência delas diminui, causando déficit do abastecimento na época de seca – ainda que o país use apenas 25% de seu potencial hidráulico. Apesar disso, ela é considerada a mais limpa (no Brasil 44% da oferta interna vem de fontes renováveis, enquanto no resto do mundo este índice é de 14%) e também a mais barata.
Bagaço da cana e energia eólica são as apostas para o futuro
Por outro lado, a expectativa é que as fontes renováveis de energia como as usinas térmicas a base de bagaço de cana, as pequenas centrais hidrelétricas (PCH) e a energia eólica tenham papel fundamental nos próximos anos, ainda que a energia eólica ainda seja considerada muito cara. Hoje, a eólica responde por apenas cerca de 2% da geração de energia elétrica no país devido ao alto custo, isso apesar de o Brasil produzir a energia eólica mais barata do mundo. Com expansão prevista de 6 GW da capacidade em 2015, o país hoje ocupa a segunda posição em expansão deste tipo de energia do mundo, perdendo apenas para a China. São 200 parques eólicos em operação atualmente e o grande potencial brasileiro tem atraído investidores estrangeiros, como a Itália, Bélgica, Espanha e Portugal, o que deve baratear ainda mais a produção.
Produção nuclear responde a apenas 1,7% da produção mas é a terceira mais utilizada
A queima de combustíveis é a responsável pela geração de energia elétrica nas usinas termoelétricas – a água aquece, gerando vapor que, conduzido por tubulação a alta pressão faz girar as pás das turbinas ligadas ao gerador. Então o vapor é resfriado para voltar à sua forma líquida e a água ser novamente reaproveitada em forma de vapor novamente. Para queima são usados carvão, derivados de petróleo, óleo e a já citada cana de açúcar (biomassa) cujo bagaço é uma das principais apostas na área. Já é o segundo tipo de energia mais usado, respondendo por cerca de 14% da produção e o Mn/h custa quase a metade do preço da eólica. A terceira fonte de energia mais usada no país é a nuclear, respondendo por cerca de 1,7% da produção. É conseguida através da fissão do núcleo do átomo de urânio enriquecido que libera energia. Apenas a usina de Angra 2 está em funcionamento, mas a quantidade gerada não é capaz de abastecer sequer toda a cidade do Rio de Janeiro. Em todas as suas formas, portanto, é necessário haver consciência na produção e na utilização dos recursos, mas também responsabilidade em relação ao consumo – e aí a própria população tem papel de destaque.