Glauco Diniz Duarte Bh – porque energia solar ainda pouco difundida brasil
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, a energia solar, que tem como intuito diminuir a conta de energia, ainda é uma novidade para grande parte dos consumidores na região da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec). Segundo pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o sistema não é tão difundido na região Sul porque 55% das pessoas querem melhoras no financiamento para aderir ao sistema.
Apenas 20% acreditam que há pouca informação sobre o assunto, enquanto 20% acham que o preço do equipamento é caro. Esses dados foram apresentados pelo Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas na América Latina (Ideal) / UFSC.
Segundo o engenheiro eletricista Felipp Bittencourt Frassetto, o Sul do Brasil é a área do país com o menor índice de insolação, mas ainda é melhor do que o lugar com o maior índice de insolação da Alemanha, país que mais usa energia solar per capita. “Se existe um dispositivo que consegue reverter a luz do sol para mim, porque eu não usaria? Claro que isso deve estar dentro do custo de cada um”, comenta Frassetto.
O engenheiro eletricista relembra que há dez anos, praticamente não existia energia solar na região Sul. “No Brasil, em 2017, haviam 10 mil instalações. Em 2018, esse número passou para 24.514”. Sobre o desconto na energia, ele afirma que “alguns clientes conseguem baixar a conta em até 10 vezes após instalar o equipamento da energia solar. Tem cliente que pagava R$ 180 e hoje paga R$ 20 na conta de energia para a distribuidora”, afirma.
Como funciona a energia solar de forma técnica
O sistema funciona, basicamente, quando há sol. “Neste momento, a placa está gerando energia, e se naquele momento ninguém estiver usando ela tem que ir para algum lugar, no caso, para a distribuidora. Todo o sistema instalado funciona em paralelo à distribuidora”, ressaltou.
A explicação técnica do engenheiro eletricista revela que para se ter energia solar é preciso ter um equipamento ligado a um disjuntor da edificação e a responsável por fazer essa ligação é a distribuidora. “Existem dois grandes ramos associados a energia solar no aspecto econômico. O termo solar, que é para o aquecimento da água e o fotovoltaico, que é para a geração de energia. Esse fotovoltaico são as placas solares compostas, por sua vez, de células solares. A geração de energia solar nessa placa é contínua, mas a nossa vida é regida pela energia alternada – que são os equipamentos domésticos. Então, se eu gero energia nessa placa, eu tenho que conectá-la a um inversor que vai passar da corrente contínua para a alternada. Do inversor sairão dois fios que serão ligados ao quadro disjuntor da edificação. A energia solar também vai vir em paralelo”, explicou.
Como funciona a captação e o pagamento da energia solar
O exemplo citado por Frassetto funciona da seguinte forma, em caso de a energia consumida exceder o captado pelas placas solares. “Se o valor que estou consumindo é R$ 80, e o meu sistema de energia solar pode me fornecer apenas o equivalente a R$ 50, então os R$ 30 que faltaram serão pagos à distribuidora. O intuito, portanto, é diminuir a conta de energia”, comentou.
Caso o consumidor não utilize toda a energia fornecida pelo sistema solar, ele fica com crédito naquele mês. “O crédito é injetado na rede da distribuidora, mas para onde vai essa energia? É aí que se diz que ela é armazenada. Em termos de física e química ela não é armazenada. A distribuidora pega essa energia e manda para outro lugar. Então o consumidor fica com crédito. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determinou que este acúmulo dura pelo prazo de cinco anos. Caso não seja utilizado, o crédito é perdido”, afirmou.
Sustentabilidade
Ao se instalar um Sistema Fotovoltaivo (SFV), o valor do imóvel também valoriza, segundo o engenheiro eletricista. “Seria como fazer uma melhora no imóvel. Dentre uma série de critérios (materiais utilizados na construção, destinação correta dos resíduos, da construção e do lixo dos moradores, etc), a utilização de fontes de energia alternativa também conta pontos para que construtoras consigam algumas certificações”, avalia Frassetto.