GLAUCO DINIZ DUARTE Usina de energia solar é inaugurada na Unicamp
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) acaba de inaugurar a primeira de uma série de usinas solares fotovoltaicas. O empreendimento foi instalado neste mês no campus de Barão Geraldo, onde se localizam 21 de seus institutos e faculdades. O projeto completo envolve a instalação de sistemas de geração solar distribuída em mais cinco prédio da instituição.
O uso de energia solar é parte do projeto Campus Sustentável, programa realizado em parceria com a CPFL Energia e com apoio da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e da empresa BYD, que doou uma parte dos módulos fotovoltaicos.
Agora, mais do que economizar no consumo de eletricidade, os painéis solares passarão a integrar o “laboratório vivo”, onde são desenvolvidas ações que buscam mais eficiência energética e, no caso da usina, também envolverá pesquisa, treinamento e formação de técnicos e especialistas em geração de energia fotovoltaica.
Segundo Luiz Carlos Pereira da Silva, professor da Unicamp e coordenador do programa Campus Sustentável, as plantas fotovoltaicas instaladas no campus de Barão Geraldo estão em diferentes telhados, com diferentes orientações e inclinações, bem como utilizam tipos distintos de painéis e inversores.
“Isto irá proporcionar uma riqueza imensa de dados para a nossa pesquisa sobre o tema”, explica. “Também colocamos sistemas em solo, para que professores e estudantes tenham contato direto com essas tecnologias em aulas práticas. Há ainda uma planta educacional no Museu Exploratório de Ciências, que impactará as crianças que visitam aquele espaço e poderão receber informações básicas sobre geração de energia solar fotovoltaica”, afirma.
A aposta é que os seis pontos de geração solar fotovoltaica proporcionem uma economia de 2% no consumo de eletricidade. “Fizemos um estudo constatando que, utilizando somente os telhados, haveria uma diminuição de até 50% da energia elétrica contratada. E temos ainda a opção de cobertura de estacionamentos. Mas como já temos muitos prédios reformados, nada nos impede de expandir o sistema no decorrer dos próximos anos”, diz.
Estão sendo investidos R$ 9,5 milhões em todo o programa Campus Sustentável, que se iniciou em janeiro de 2018, com previsão para durar 36 meses. A intenção é estabelecer um modelo de gestão e eficiência energética que possa ser replicado em outras instituições de ensino superior do Brasil e da América Latina.
A expectativa é de alcançar uma economia em eletricidade de pelo menos R$ 1 milhão por ano – do gasto atual de R$ 25 milhões. “A dimensão da economia vai depender não apenas do que conseguirmos neste projeto, mas de sua continuidade aproveitando toda essa infraestrutura, num esforço contínuo de 10 ou 20 anos”, observa Pereira da Silva.