GLAUCO DINIZ DUARTE Como as incorporadoras têm se adaptado ao novo Plano Diretor
Antes de mais nada, é necessário explicar o que significa esse termo. O Plano Diretor Estratégico (PDE) é obrigatório para municípios com mais de 20 mil habitantes. Em São Paulo, a última revisão feita no Plano é de 31 de julho de 2014 e orienta o crescimento da cidade até 2030. Também é este Plano que dá as diretrizes para atualização de outras leis importantes, como a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo (LPUOS), mais conhecida como Lei de Zoneamento, e o Código de Edificações.
O Plano Diretor é uma lei de médio e longo prazo, então é preciso tempo, muitas vezes mais de 10 anos, para que se note realmente os efeitos. No entanto, passados quase quatro anos da aprovação da lei em São Paulo, já se notam na capital paulista algumas mudanças relacionadas às novas diretrizes obrigatórias, o que mostra que incorporadoras e construtoras vêm se movimentando para adaptar-se a elas.
Um dos pontos mais comentados foi em relação ao incentivo do uso misto dos empreendimentos, ou seja, prédios com fins residenciais e comerciais. Incorporadora com cinco anos de atuação em São Paulo, a Ink tem cinco projetos em andamento na cidade. Quatro são exclusivamente residenciais, mas o mais novo deles, no Brooklin, já foi projetado para o uso misto. Porta-voz da empresa, a arquiteta Gabriela Coelho comenta a importância dessa decisão.
“Empreendimentos de uso misto são mais interessantes para a qualidade de vida na cidade. As pessoas estão cada vez mais dinâmicas, então o trabalho, a moradia e as opções de lazer tendem a estar cada vez mais juntos nas grandes metrópoles”, afirma. “A Ink acredita que ter a fachada ativa em edifícios dinamiza o movimento urbano nos empreendimentos, desenhando um novo fluxo na cidade, além de impactar positivamente o setor de comércio e serviços”, completa. A empresa está em análise de novos terrenos para desenvolver outros empreendimentos com essas características.
Outra questão importante do Plano é sobre adensamento populacional vertical, que prevê prédios com mais moradores, especialmente em áreas próximas a estações de trem, metrô, monotrilho e corredores de ônibus. Neste sentido, todos os prédios da Ink tomam esse cuidado mesmo em projetos anteriores às determinações do novo Plano. Dois deles em fases mais avançadas de obras, o Tetrys, na Pompeia, e o GEO 2288 (foto em destaque), no Alta da Lapa, podem ser utilizados aqui como exemplos.
O primeiro deles, com previsão de entrega para agosto deste ano, fica a poucos minutos da estação Vila Madalena, da Linha 2 – Verde do metrô, e da estação Sesc Pompeia, da futura Linha 6 – Laranja. O GEO 2288, que deve ser entregue em 2019, está localizado próximo às Linhas 7 – Rubi e 8 – Diamante da CPTM, à futura estação Cerro Corá da linha 2 – Verde do metrô e a um terminal de ônibus.
“Mobilidade sempre foi uma das nossas grandes preocupações, pensando em reduzir o deslocamento entre moradia e trabalho e, assim, aumentando a qualidade de vida dos moradores. Por isso, todos os empreendimentos Ink oferecem fácil acesso ao transporte público”, afirma Gabriela.
Ainda abordando mobilidade, outra diretriz do Plano Diretor é desestimular o uso de carros. A Ink pensa nisso não só em relação à escolha do local para construção dos prédios, conforme citado acima, como também na medida em que se preocupa em incentivar o uso de bicicletas e ciclovias. Além de bicicletários, os empreendimentos Ink terão parceria com lojas de manutenção para as bikes de seus moradores. Indo mais além e pensando em sustentabilidade e redução da emissão de poluentes, as garagens dos empreendimentos Ink terão pontos de recarga para carros elétricos.
Na avaliação de Gabriela Coelho, as novas regras do Plano Diretor trazem uma série de conceitos que representam um momento de transformação positiva das cidades nos centros urbanos. “Vemos uma tendência de qualidade de vida muito importante e é nisso que seguiremos focando em nossos projetos e obras”, conclui.
