GLAUCO DINIZ DUARTE Com menos cimento, casa de tijolo ecológico sai 20% mais barata
Conhecido como tijolo ecológico, o modular de solo-cimento é mais caro do que o convencional, mas gera economia de até 20% em uma construção. Isso, porque não é necessário cimento entre as peças, a estrutura não exige madeira e nem rebocamento. Quem prefere uma parede lisa pode usar gesso para fazer o acabamento de quartos e outros cômodos.
A economia se dá pelo custo-benefício, conforme a arquiteta e professora universitária Mariana Inácio, que já fez diversos projetos com esse material em Mato Grosso do Sul. Com as tendências de sustentabilidade, a procura pelos tijolos ecológicos aumentou nos últimos dois anos no Estado, segundo a arquiteta. “Vem aumentando o interesse, porque a qualidade é muito boa. Também é excelente, porque o acabamento pode ficar exposto”, comenta.
Como é – Parecido com uma peça de lego, aquele bloco de montar, o tijolo de solo-cimento tem furos por onde passam os ferros e o cimento, que fazem a amarração da estrutura, mas nem todos são preenchidos.
Feito de argila, o tijolo ecológico é curado apenas com água e sombra. Já o modelo convencional utiliza a queima de lenhas. Isso exige o desmatamento de árvores, o que emite gases poluentes na atmosfera. Por isso, o tijolo é reconhecido pelo fator sustentável e utilizado por empresas interessadas em certificações ambientais.
De acordo com o técnico em Solo e Cimento Edmaro Fernandes, os tijolos ecológicos foram criados na China, antes mesmo dos queimados a lenha. “Antes, eram usadas máquinas manuais. Agora, são hidráulicas. Hoje ainda é permitido pelos órgão ambientais usar o forno, mas acredito que a tendência são os tijolos ecológicos”.
Vantagens – As construções com tijolos ecológicos têm isolamento acústico e térmico, segundo a arquiteta. “O furo permite a passagem do ar, que é excelente isolante. O ambiente fica mais aconchegante e quente no inverno. No verão a casa fica fria”, explica Mariana.
Como não precisam de rebocamento, geralmente, as casas com esse tijolo são acabadas com gesso apenas nos cômodos em que o construtor julga necessário, por conta do estilo do ambiente. “As pessoas preferem o acabamento nos quartos e aí usa-se o gesso, que é mais barato”, detalha Mariana. Dentre os ecologicamente corretos, há alguns modelos mais claros e até com partes de vidro, que dão um colorido.
Outro aspecto positivo, que também gera economia, é a reforma nos sistemas elétrico e hidráulico da casa com tijolos ecológicos. A paredes não precisam ser quebradas para a passagem dos canos. Só é necessário fazer a abertura das saídas de água e energia.