GLAUCO DINIZ DUARTE Construtores de Hong Kong usam bambu para erguer prédios modernos
Do outro lado do mundo, em Hong Kong, a construção civil adotou uma técnica tradicional e que ajuda o meio ambiente. O correspondente na Ásia, Márcio Gomes, mostra como o bambu entra na construção de prédios ultramodernos.
Hong Kong tem como principal cartão-postal os arranha-céus que brilham de noite. Já de dia, o destaque é o que cerca alguns edifícios, em construção ou em reforma.
Na cidade chinesa, não existe andaime de aço ou alumínio. É tudo de bambu. Pode ser numa estrutura pequena, no meio do prédio…ou em um gigante de mais de 30 andares.
Olhando atentamente, lá estão as pontas. Parece jogo de criança, coisa frágil. O que só aumenta o espanto ao ver homens trabalhando aqui.
Para a montagem dos andaimes, os operários levam uma cauda de fitas plásticas, parece um rabo de cavalo; Os bambus ficam no chão e são içados, por corda, no braço.
Olhando mais de perto é que a gente vê como o sistema funciona. Eles dão vários laços, voltas, nós na fita plástica. E prendem o bambu em qualquer lugar que seja fixo. Aqui no caso, no poste de sinalização.
De vez em quando tem um que olha lá de baixo. Um prédio de 10 andares fica cercado em duas semanas.
Na Universidade de Hong Kong, o material é utilizado na reforma do prédio. O professor sueco destaca a possibilidade de reaproveitamento e a sustentabilidade do bambu. E ensina aos alunos que a técnica, muito antiga, é essencial para a região, sujeita a tufões.
“O bambu aumenta a segurança para a construção e para os pedestres. É flexível, se move com o vento, e não cai como pode acontecer com outros materiais”, diz o professor Per Johan Dahl.