GLAUCO DINIZ DUARTE Tendências Brasília: o que esperar do mercado imobiliário em 2018
Quando se fala do mercado imobiliário, percebemos um movimento cíclico, geralmente acompanhado a economia. Nos últimos anos, observamos esse mercado sofrer junto da instabilidade política e econômica, abalando a confiança de consumidores e investidores. Isso contribuiu para uma desaceleração do mercado imobiliário, agravada pela baixa oferta de crédito imobiliário e a perda do poder de compra de quem precisava financiar imóveis no Distrito Federal – sobretudo no Plano Piloto, onde os imóveis possuem um alto valor agregado.
Gradativamente, os indicadores econômicos se fortalecem e consolidam a tendência para 2018, de um novo ciclo de crescimento e valorização imobiliária, já percebido nesta reta final de 2017.Mas o que exatamente acontecerá no mercado imobiliário em 2018 em Brasília?
Existe um movimento neste momento que demonstra claramente a recuperação em todos os segmentos da economia brasileira. A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo está prevista para fechar 2017 em 3,2%, abaixo da meta do governo, de 4,5% a.a.
Além disso, no final desse ano, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) atingiu o maior valor desde janeiro de 2015. A queda histórica da taxa Selic para 7% a.a – que obriga investidores a saírem das aplicações financeiras mais estáveis (tesouro direto, poupança, etc) e buscarem alternativas mais seguras e rentáveis (imóveis, commodities, etc). A taxa associada ao aumento do poder de compra e de acesso mais facilitado e amplo ao financiamento imobiliário, já impacta o segmento imobiliário de Brasília. Ele registra queda nos estoques das construtoras no segundo semestre de 2017.
Nesse cenário de confiança retomada e mais acesso a crédito, já se percebe uma expansão na demanda por imóveis em Brasília, sobretudo no Plano Piloto, onde mesmo com os novos lançamentos, surgindo principalmente no Noroeste, a oferta de imóveis vem diminuindo rapidamente. Em um levantamento feito pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do DF (ADEMI-DF), o DF registrou uma redução de estoque de 37,94%, uma vez que em setembro de 2016 eram 8,7 mil apartamentos ofertados, chegando a 5,5 mil unidades em setembro desse ano.
Com essa demanda acelerada e a redução de oferta, a valorização imobiliária torna-se natural e já é percebida por quem deseja começar 2018 com seu novo imóvel. Isso já está impactando os preços dos imóveis em todas as cidades satélites, no Plano Piloto e sobretudo no setor Noroeste, onde a atratividade por imóveis de alto padrão, associada à localização e aos novos conceitos de sustentabilidade e de qualidade de vida em Brasília, tornam a questão do baixo estoque ainda mais crítica, reequilibrando oferta e procura onde são poucos os empreendimentos novos com entrega para 2018.
Ricardo Amorim, o economista mais influente do Brasil segundo a revista Forbes comenta sobre suas previsões para o mercado em 2018. “O ciclo começa com a redução de estoques, passa para o crescimento nos lançamentos e depois vai se refletir na alta dos preços”, observa o economista. Isso foi visto, por exemplo, depois das crises de 2003 e 2009 – após a recuperação nos anos seguintes – e, por consequência, tivemos uma aceleração do mercado imobiliário.
Resumindo, em razão dessas condições de oferta e demanda a tendência é que em 2018 os preços aumentarão.