GLAUCO DINIZ DUARTE Mercado imobiliário aquecido para venda e aluguel em Anápolis
Os títulos de pólo industrial e universitário ajudaram atrair grandes franquias de supermercados, restaurantes e do setor logístico, bem como mão de obra, vindos de diversos estados do País para Anápolis. Assim sendo, com tanto aquecimento na economia e consequente aumento populacional na Cidade, outro setor que foi diretamente afetadoé o imobiliário. A procura para comprar e alugar imóveis, para residência e comércio aumentou tanto nos últimos anos que os imóveis disponibilizados pelo mercado não são suficientes.
Hoje, as maiores ofertas e procuras de imóveis são, principalmente, das classes D/E.
O principal motivo é a facilidade de se obter um financiamento por meio do Programa Federal Minha Casa Minha Vida, criado em 2009, para a compra do primeiro imóvel com valor de, até, R$145 mil. Para se ter uma ideia, o Município já firmou junto à Caixa Econômica Federal, que é o operador financeiro do PMCMV, um total de 10.472 contratos, totalizando mais de R$ 720,7 milhões em investimentos. Deste total, 8.501 unidades habitacionais já foram entregues, conforme dados atualizados repassados ao CONTEXTO pela superintendência regional da Caixa.
O crédito, portanto, movimentou este mercado e ainda possibilitou a que pessoas com poder aquisitivo menos saíssem do aluguel para a casa própria. Outro fator que, também, influenciou novas construtoras a investir neste segmento é o novo perfil dos jovens brasileiros que buscam, cada vez mais cedo, seu primeiro imóvel.
Logo em seguida, o setor imobiliário está voltado para suprir as necessidades, cada vez mais exigentes, das classes A/B. O mercado fica, ainda, mais competitivo, na tentativa de agregar em um só imóvel diversos atributos como segurança e espaço para lazer com salão de festa, quadras poliesportivas, academias, piscinas, etc. Com isso, as empresas se voltaram para investir em condomínios fechados- verticais e horizontais- que são os grandes anseios deste público. Os valores desses imóveis variam de acordo com fatores como a localização, acabamentos e inúmeros outros atrativos.
Ainda, é importante observar que o setor imobiliário é, também, gerador de empregos diretos e indiretos. Na construção civil, as empresas chegam a enfrentar dificuldades para encontrarem mão de obra qualificada. Já, no ramo de vendas e alugueis, existe uma concorrência formada por mais de 150 imobiliárias e mais de 600 corretores que atuam em Anápolis.
Escassez de imóveis para aluguéis e venda de condomínio fechado de casas
Osócioproprietário da Imobiliária Godoy & Ramos e presidente da Associação das Imobiliárias de Anápolis (AIA), Frederico Godoy, avalia a Cidade ainda com um setor muito propício ao aluguel. Segundo ele, um dos maiores motivos é que todos os dias pessoas se mudam para Anápolis em busca de oportunidades de emprego no Distrito Agro Industrial, ou, para cursar o ensino superior em uma das faculdades instaladas na Cidade. Assim, o setor imobiliário fica sobrecarregado, causando escassez nas ofertas de aluguéis. Também,existe uma procura grande para imóveis comerciais, mas como a oferta é ainda menor, as pessoas acabam optando por casas antigas para montar seus negócios.
O mercado de aluguel é aquecido tanto para residência quanto para comércio. Hoje, temos muitos jovens que procuram Anápolis para entrarem em uma universidade e que procuram, principalmente, por kitnets e apartamentos menores na região que chamamos de cidade universitária. Já,no caso dos imóveis comerciais, a grande procura é para o centro, Bairro Jundiaí e Avenida Fernando Costa- Grande Jaiara, afirmou Frederico Godoy.
Outro empresário do ramo, o proprietário da Imobiliária Residência, Idelvan Silvestre da Costa, também, enfrenta o mesmo desafio. Sua empresa conta com 1,300 imóveis para venda, mas o estoque de aluguel é bem baixo. O motivo, segundo ele, seria que hoje as pessoas não pensam mais em locar seus imóveis como fonte de renda, como em outras épocas.
O investidor já lucrou até 1,5% em cima do valor do imóvel e hoje o retorno é de no máximo 0.25% para residencial e de 0.30% a 0.50% para comercial. Mesmo assim, para Costa, o aluguel pode ser vantajoso para o investidor. O imóvel valoriza com o decorrer do tempo, explicou Idelvan Silvestre da Costa.
Os empresários observam novas tendências para o mercado imobiliário de Anápolis que são trazidas por grandes construtoras e grupos investidores que começam a enxergar as oportunidades. Segundo eles, o momento é favorável para os condomínios fechados que ainda tem uma oferta tímida diante da grande procura. Na Cidade, os poucos condomínios fechados de casas como Anaville, Sun Flower e Rose Garden, atraem compradores. No entanto, não existem mais terrenos e os imóveis nestes locais. Por isso, lançamentos como Terras Alphaville, Alphaville, Belas Artes e a segunda edição do Anaville não enfrentam dificuldades de vendas de terrenos.
De acordo com Costa, o interesse neste tipo de imóvel está começando a afetar os condomínios verticais que já tiveram seu boom e devem começar abaixar os preços. Os lançamentos desses loteamentos de condomínio fechado de casas tem esgotado seus terrenos em tempo recorde, justifica.
O investimento em condomínios fechados, também, é lucrativo para quem tem terras dentro do plano diretor da Cidade. Grandes grupos têm interesse em comprar esses terrenos para criarem os loteamentos. Cada alqueire pode chegar a R$1 milhão, disse Godoy.
Imóveis Populares
Projetos populares ganharam seu espaço no meio da construção civil. As classes D e E são, atualmente, as maiores compradoras de imóveis. O empreendedor proprietário da Nacional Construções LTDA, Jarleo Valverde de Oliveira, atua neste ramo há mais de 20 anos e garante que o mercado ganhou força nos últimos cinco anos, mas ainda enfrenta desafios.
Em Anápolis, a procura no mercado imobiliário das residências populares é por casas com dois ou três quartos; banheiro; sala, cozinha e área de serviços de aproximadamente 70m². Entre os bairros em que são construídas, destacam-se: Morumbi; Vivian Park; Arco Verde, Bairro de Lourdes e Filostro.
Para construir casas populares é necessário encontrar terrenos e material de construção a bons preços já que a construtora de Oliveira oferece imóveis que não ultrapassam o valor de R$ 120 mil. Tem que pagar o terreno, o material de construção e mão de obra pra depois tirar o lucro. E, ainda: hoje, só se encontram terrenos caros. Então, precisamos fazer o desmembramento para construir. Achar mão de obra qualificada para trabalhar, também, é um grande desafio.
Condomínio Vertical ainda é aposta
O empresário da Construtora ENGECOM, Arnaldo de Pina, ainda vê o mercado de horizontais como promissor. Atualmente, a empresa conta o planejamento de nove torres em Anápolis, sendo que, cinco delas já estão em andamento. Trata-se de um investimento para cerca de 800 famílias que abrangem as classes sociais A, B e C.
Para ele, a empresa busca conquistar os clientes com materiais modernos e diferenciados para a construção dos edifícios e acabamento dos apartamentos. Além disso, este público, também, é exigente em relação à localização dos empreendimentos. As áreas mais buscadas pela empresa, para supri-los, são os bairros Jundiaí e adjacentes à Avenida Universitária. O metro quadrado mais caro é o de prédios construídos em volta do Parque Ipiranga, no Jundiaí. Pode chegar a R$ 6 mil.
Existe uma ilusão em relação ao mercado imobiliário. É certamente um setor promissor, mas também exige produtos de qualidade, empreendimentos planejados, pesquisas e profissionalismo na área de execução dos projetos. O cliente é exigente e busca certo padrão de acabamento, avalia Arnaldo de Pina, sobre o olhar dos consumidores deste setor.
Luxo e Modernidade
A coordenadora comercial do Grupo PROENG do Estado de Goiás, Neila Castro, acredita que o setor imobiliário em Anápolis está passando por uma nova fase com adequações compatíveis a seu potencial. Segundo ela o município é visto com bons olhos por donos de empresas nacionais e internacionais e, por isso, a PROENG, que atua há 24 anos neste mercado, resolveu investir trazendo novidades.