GLAUCO DINIZ DUARTE – Entenda os métodos de construção do seu apartamento
Se você está procurando um apartamento para comprar ou locar possivelmente estará preocupado com itens como metragem, localização, divisão interna, número de quartos, banheiros e vagas na garagem. Apesar de muito importante na hora da escolha, esses não podem ser os únicos indicativos de qualidade de um imóvel. Antes de definir o apartamento, saiba com qual método de construção ele foi feito e examine quais as vantagens e desvantagens de cada um deles, de acordo com seu perfil e com o uso que pretende fazer do mesmo.
Para te ajudar nessa missão, listamos aqui três métodos construtivos diferentes e quais as características de cada um deles.
Alvenaria Tradicional
Trata-se do método de construção mais comum no Brasil. Neste modelo, são erguidas colunas e vigas sobre uma fundação que pode ser feita com estacas escavadas, para prédios mais altos, ou baldrames, para casas térreas. Nesse tipo de construção, as colunas e vigas suportarão toda a obra. Essa modalidade é caracterizada também por trabalhar com paredes de tijolos de barro, gesso ou blocos de cerâmica apenas para vedação dos espaços.
Entre as vantagens desse modelo estão a qualidade final da obra que, quando feita por profissionais capacitados, oferece muitas possibilidades de formatos e divisões. Além disso, a alvenaria bem feita é uma verdadeira garantia de durabilidade. Por se tratar do tipo de construção mais comum no Brasil, esta ainda é a modalidade preferida pelos brasileiros que, por força da cultura, costumam considerá-la a melhor e mais segura forma de construção.
Por outro lado, a alvenaria é uma modalidade passível de vários vícios construtivos, como desníveis, desaprumo, estruturas fora de esquadro, entre outros. Alguns pedreiros e mestres de obra simplesmente não dão a importância devida a esses itens, tendo que, no final da obra, corrigir erros comuns com “gambiarras”. Nesse método construtivo, toda a tubulação é implantada depois dos muros levantados, o que gera um desperdício irremediável de material já que, para isso, as paredes precisam ser quebradas e depois remendadas.
Quem opta por imóveis construídos sob essa modalidade tem a grande vantagem de poder alterar espaços e derrubar paredes, já que somente as colunas e vigas não podem ser alteradas. Se você pretende mudar a estrutura do seu apartamento, essa é a melhor escolha.
Alvenaria estrutural ou autoportante
A adesão a esta modalidade construtiva cresce rapidamente no país. Trata-se de uma obra cujas paredes, construídas com blocos estruturais, são responsáveis por suportar toda a edificação. Nessa modalidade as vigas e colunas são dispensáveis, já que as paredes desempenham essa função.
Uma das vantagens desse método é a sustentabilidade da obra, já que a ausência de vigas e colunas elimina o gasto de boa quantidade de material. Além disso, é possível passar toda a tubulação por dentro dos blocos, fazendo com que não seja necessária a quebra das alvenarias para instalações hidráulicas e elétricas. Assim como na alvenaria tradicional, esta modalidade exige mão de obra qualificada para ter sua segurança atestada. Na modalidade autoportante, os edifícios não podem passar de 12 pavimentos.
A principal desvantagem do método é o fato de que a divisão do imóvel não poderá ser alterada, já que as paredes têm função estrutural e, com isso, não podem ser removidas. Caso esteja satisfeito com a configuração do apartamento, esse modelo construtivo não será um problema pra você.
Pré-fabricados
Modalidade pouco explorada no país, mas comum em imóveis do exterior, especialmente nas casas. Trata-se de uma estrutura montada dentro de uma fábrica e, depois de pronta, instalada sob uma fundação. Essas construções são erguidas módulo por módulo, como um grande quebra cabeças. A prevalência de materiais alternativos como madeira, por exemplo, é outra marca desse método.
A rapidez na montagem, a possibilidade de construção ininterrupta pelo fato de acontecer em ambiente fechado e não exposto a condições climáticas são as grandes vantagens da modalidade. Sua resistência também pode ser atestada nos países em que seu uso é comum.
Além de não ser tradicional no Brasil, uma desvantagem do modelo é a necessidade de manutenção constante, a plasticidade de design limitada e os custos adicionais. Apesar de a estrutura ser mais barata, é preciso contabilizar custos de instalação, manutenção e transporte da estrutura até o local definitivo. No caso de edifícios, outra desvantagem é a pouca experiência com o modelo. Mas, esta pode ser uma boa aposta para o futuro.