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GLAUCO DINIZ DUARTE

GLAUCO DINIZ DUARTE – Barato

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GLAUCO DINIZ DUARTE – Barato

GLAUCO DINIZ DUARTE – Construir a própria casa é mais barato, mas requer cuidados

Para se adaptar às mais variadas demandas dos consumidores, o mercado imobiliário tem concebido empreendimentos com um número cada vez maior de opções de planta e possibilidades de personalização. Mas você já ouviu aquele ditado que, para fazer bem feito, é melhor fazer por conta própria? É com base nisso que muita gente prefere construir a própria casa. A possibilidade de escolher as dimensões dos cômodos e tipos de acabamento de acordo com as próprias necessidades pode parecer um sonho, porém, para que a obra que vai realizar a perspectiva da casa ideal não acabe, se tornando um potencial pesadelo, é fundamental se planejar bem e tomar precauções.

A primeira vez que o aposentado Silvio Conceição se viu dedicado a um planejamento para construir a própria casa foi em 1991. Primeiro veio a escolha e compra do terreno, depois a busca pela documentação junto à prefeitura, em seguida a contratação da mão de obra e compra do material de construção.

Após o início das obras, as visitas ao “canteiro” não eram tão frequentes, em função do compromisso com o trabalho; e foi aí que ele considera ter cometido o primeiro erro. “Obra a gente tem que acompanhar de perto, pois se acontece alguma inconformidade, a equipe precisa consertar de imediato”, explica. “Na  finalização do acabamento, vi que os pedreiros tinham cometido uma série de erros nos arremates e alinhamentos de reboco, foi trabalho feito duas vezes”.

Ao longo dos últimos 27 anos, Silvio voltou a construir novos imóveis, com finalidade de comercialização, sempre aprendendo com os erros e acertos, chegando até a desenvolver uma estratégia de cinco passos para não passar aperto com as obras. “O primeiro passo é a escolha do terreno, localização, serviços e a situação do solo. Depois vem a regularização com a prefeitura; busca por mão de obra qualificada e pesquisa de material de construção”, enumera. “Daí em diante, é só acompanhar a execução de perto, para garantir que tudo saia de acordo com o planejado. E eu tenho total convicção de que o preço será muito mais em conta do que um imóvel de médio ou alto padrão comprado já pronto”, afirma.

Contratando

É verdade que nem todo mundo tem jogo de cintura para coordenar a construção de um imóvel. A gestão de recursos financeiros e humanos pode se apresentar como um grande desafio, principalmente para marinheiros de primeira viagem. Contudo, existem empresas especializadas na prestação de serviços no ramo de construção e reforma que buscam garantir um processo mais tranquilo para quem quer a casa nova personalizada nos mínimos detalhes. Mas, mesmo a contratação dessas empresas requer cuidados.

O engenheiro civil e sócio da DCS Engenharia, Bruno dos Santos, explica que os clientes que buscam os serviços da empresa se dividem em dois gupos: os que compraram o terreno e foram diretamente à prestadora de serviço e os que contrataram profissionais autônomos, se arrependeram e procuram a empresa de engenharia para corrigir os problemas e tocar o restante da obra. “A vantagem de contratar uma empresa especializada é que realizamos o projeto à risca, de acordo com o interesse do contratante, e antecipamos o detalhamento do orçamento  para que ele possa se programar e, acima de tudo, saiba com o que está gastando”, afirma o engenheiro.

Bruno explica que os contratos padrão, em geral, demandam uma entrada de 30% do valor da obra para contratação da equipe e aquisição do material de construção. E o restante do pagamento vai sendo realizado de acordo com o avanço da obra. “O que percebemos, no caso dos profissionais autônomos, é uma falta de clareza nesse detalhamento dos custos, fato que incomoda o cliente que não tem conhecimento técnico”, diz.

Cuidados

Seja contratando um profissional autônomo ou uma empresa de engenharia para a execução da construção do imóvel, o advogado especializado em Direito Imobiliário Marcelo Ferreira aponta que uma série de cuidados deve ser adotada antes da contratação. E o primeiro passo antes de formalizar o negócio é conferir se o contratado é regularizado no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA). “O profissional que possui registro em uma entidade de classe, a exemplo do Crea, é comprovadamente capacitado para exercer as funções para as quais ele está sendo contratado. Isso certamente oferece uma maior tranquilidade para o consumidor que passa a ter uma garantia em relação ao negócio que ele está fechando”, diz.

Outro aspecto não menos importante é observar se o contrato especifica a duração que a obra terá. “Assim como na compra de um imóvel na planta com uma construtora, o consumidor deve estar atento ao período que a obra levará para ser concluída, para que ele possa se planejar e também responsabilizar a empresa ou profissional contratado em caso de atrasos e eventuais prejuízos”, diz.

Por último, o advogado recomenda que todos os itens solicitados pelo cliente na realização da construção estejam descritos no contrato, pois toda e qualquer intervenção que não constar no documento acarretará em aditivos que precisarão ser pagos pelo contratante.

Passos da Construção

Terreno – Pesquise o terreno que mais se adequa às pretensões do seu projeto. Examine a localização, oferta de serviços básicos como água, luz, saneamento e telecomunicações; além de verificar as condições do terreno: topografia e qualidade do solo.

Projeto – Priorize  contratar  um engenheiro ou arquiteto para a execução do projeto. Peça um orçamento com
detalhes de cada etapa da obra para se programar com os gastos até a conclusão.

Materiais – A partir do planejamento, é possível identificar o tipo e quantidade de material que será utilizado até a conclusão da obra. Os especialistas recomendam se planejar para uma possível margem de erro no volume de material. Em caso de aperto, busque linhas de financiamento especiais para essa finalidade.

Mão de obra – Busque profissionais qualificados para a execução da obra. Verifique se os funcionários estão regularizados e se a empresa possui registro no Crea. Esteja atento a cada etapa do processo e acompanhe o desenvolvimento da obra para evitar gastos com correções de erros.

Material de construção planejado

Um dos aspectos que mais assustam quem planeja investir na construção de um imóvel é a compra do material  de construção. Porém, especialistas do setor apontam que o segredo para não ter problemas com essa parte  fundamentel do processo é paciência e muita dedicação à pesquisa de preços.

Segundo o presidente da Associação dos Comerciantes de Material de Construção do Estado da Bahia (Acomac) e colunista do CORREIO Geraldo Cordeiro, a atitude mais acertada é coordenar o planejamento orçamentário do material de construção diretamente com o profissional contratado para a execução da obra. “Um projeto bem detalhado, apresentado pelo engenheiro que coordenará a obra, já oferecerá ao consumidor uma noção bem clara do que será gasto ao longo da construção. Porém, o contratante não deve se ater a valores fechados, pois, na maior parte das vezes, ocorre uma margem de erro. Com os preços competitivos, o mercado sempre garante um bom negócio para quem está se programando para fazer esse tipo de investimento”, comenta Geraldo Cordeiro.

O engenheiro Bruno dos Santos, da DCS Engenharia, explica que um diferencial das empresas especializadas na execução da construção de imóveis é a comodidade da pesquisa para o cliente. “Normalmente apresentamos três orçamentos que fazemos com empresas parceiras para que o nosso cliente possa decidir qual atende melhor às suas necessidades. Além disso,  oferecemos a possibilidade do cliente trazer opções, caso ele encontre orçamentos mais favoráveis. A ideia é facilitar ao máximo”, relata.

Crédito

Uma forma de facilitar a vida de quem está tendo dificuldades com o orçamento da construção – e teme ficar com as finanças apertadas antes da conclusão da obra – é a contratação do crédito para reforma e construção, que pode ser solicitado  a instituições financeiras, a exemplo do Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. A depender da linha de financiamento e da instituição escolhida, é possível utilizar os recursos para compra de materiais como telhas, tijolos, pisos, janelas, pintura, caixa d’água, piscina, móveis planejados, sistemas de geração solar e iluminação para o imóvel; além de destinar também os valores de crédito para o pagamento da mão de obra.

No caso da Caixa, o crédito contratado pode variar entre R$ 15 mil até 80% do valor da obra. O empréstimo pode ser quitado em até 180 meses, utilizando o próprio imóvel como garantia.

Já o Bradesco financia até 70% do valor da obra, permitindo o pagamento em até 25 anos, com taxas de 10.70% ao ano.

O Banco do Brasil oferece crédito de até R$ 50 mil, que pode ser pago em até 54 vezes, em estabelecimentos conveniados. Nos demais estabelecimentos comerciais é possível contratar até R$ 10 mil, e pagar em 48 vezes.

Para não se complicar com as dívidas, Geraldo Cordeiro da Acomac recomenda que o interessado se programe para financiar no máximo, 40% da obra, investindo o restante através de recursos próprios.

 

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