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GLAUCO DINIZ DUARTE – Cresce busca por áreas em São Paulo para lançamentos de 2019

As incorporadoras têm se mostrado bastante ativas na compra de terrenos na cidade de São Paulo – maior mercado imobiliário do país – neste momento de início do novo ciclo do setor. As novas áreas são compradas para lançamentos a partir de 2019, pois a maioria dos terrenos para lançamentos em 2018 já fazem parte da carteira das empresas.

Cyrela, Even Construtora e Incorporadora, EZTec e Tegra estão entre as companhias que vêm se destacando na negociação de áreas no mercado paulistano.

“Desde o fim do ano, a procura por terrenos cresceu bastante na cidade de São Paulo, principalmente para imóveis dos padrões médio e médio-alto”, conta Ronny Lopes, sócio da Arquimóvel, empresa que representa incorporadoras na aquisição de áreas.

A Tegra (ex-Brookfield Incorporações) tem R$ 250 milhões para comprar terrenos na unidade São Paulo, neste ano, ante R$ 140 milhões em 2017.

“Arrisco a dizer que Tegra seja a empresa mais ativa na compra de terrenos no momento”, afirma o diretor geral da unidade São Paulo, Thiago Castro. A intenção é que as áreas adquiridas em 2018 possibilitem desenvolver o Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 2 bilhões, na unidade São Paulo, a maior parte no próximo ano.

A Tegra pretende lançar, no Estado de São Paulo, R$ 1,3 bilhão em 2018, R$ 2 bilhões em 2019 e R$ 2,1 bilhão em 2020. Incluindo projetos a serem apresentados no Rio de Janeiro, o VGV lançado chegará a R$ 2,5 bilhões em 2020. A incorporadora tem buscado áreas para desenvolver projetos para as rendas média e média-alta.

No período mais acentuado da crise do mercado imobiliário – entre 2014 e 2016 -, o setor foi mais vendedor do que comprador de terrenos. Incorporadoras, principalmente as mais endividadas, como PDG Realty, Viver Incorporadora e Rossi Residencial frearam lançamentos e venderam áreas para fazer caixa.

Algumas empresas optaram também pela comercialização de terrenos para projetos que seriam desenvolvidos no longo prazo e compra de áreas para empreendimentos de curto prazo. Houve também distratos de opções de compra de terrenos e venda total ou parcial de projetos.

Apesar do aumento da demanda, os preços se mantêm estáveis no mercado paulistano. Na avaliação do sócio da Arquimóvel, as altas de valores tendem a ocorrer somente partir de 2019. “O mercado ficou muito tempo parado”, diz o sócio da Arquimóvel. Segundo o executivo da Tegra, os preços dos apartamentos ainda não tiveram alta suficiente para dar suporte à valorização dos terrenos.

“Se o setor tiver seis meses de lançamentos com boas vendas, é possível que o aquecimento do mercado imobiliário se reverta em vendas de terrenos a preços mais elevados”, afirma um executivo do setor, ponderando que já há “negócios caros” de aquisições de áreas fechados por parte de quem “aposta em um novo Brasil”. O executivo acrescenta que o volume de negócios é superior ao de dois anos atrás.

Segundo o presidente da Even, Dany Muszkat, ainda é possível comprar terrenos na cidade de São Paulo a preços competitivos. A companhia, que fez aquisições expressivas de áreas nos últimos dois anos, está mais seletiva nas aquisições. Em 2017, a Even comprou 16 terrenos, com VGV potencial de R$ 2,07 bilhões, no total de seus mercados de atuação.

Nos últimos 12 meses, a EZTec desembolsou mais de R$ 200 milhões em terrenos na capital paulista. A Hines – gestora de fundos com atuação concentrada no mercado imobiliário e desenvolvedora de empreendimentos – já informou que está voltando a procurar terrenos para novos projetos em São Paulo.

Recentemente, o vice-presidente de incorporação imobiliária e marketing do Secovi-SP, Flávio Prando, afirmou, em evento, que a procura por terrenos na cidade de São Paulo tende a crescer no segundo semestre, principalmente se houver mudanças na Lei de Zoneamento que possibilitem aumento do potencial construtivo. “As empresas estão abastecidas para os lançamentos de 2018”, afirmou Prando.

Com atuação na Grande São Paulo e em cidades do interior do Estado, a incorporadora Danpris avalia que os preços de apartamentos e, consequentemente, de terrenos, podem voltar a ter alta no próximo ano. Segundo o presidente da Danpris, Dante Seferian, ainda é possível fazer bons negócios, e há percepção de melhora, o que leva as empresas a aproveitar o momento para comprar mais áreas.

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