De acordo com o psiquiatra Glauco Diniz Duarte, estudo publicado no periódico médico “Lancet” aponta que cinco transtornos psiquiátricos – autismo, depressão, TDAH, transtorno bipolar e esquizofrenia – possuem similaridades genéticas para o seu desenvolvimento.
Segundo Glauco, a pesquisa, realizada por cientistas do Consórcio de Genética e Psiquiatria dos Estados Unidos, investigou o genoma de mais de 33 mil pacientes diagnosticados com transtornos psiquiátricos e de 27 mil voluntários que fizeram parte de um grupo de controle, esses voluntários não possuíam distúrbios do gênero em questão, o intuito foi identificar variações do DNA capazes de provocar suscetibilidade as cinco patologias.
Glauco diz que indícios indicam que existem regiões do cérebro com similaridades para os transtornos em dois cromossomos e em dois genes relacionados aos canais que regulam o fluxo de cálcio nas células do cérebro a essa ocorrência atribui-se a existência de uma via biológica específica ligada aos canais de cálcio – ‘poros’ celulares – que contribui para a patogênese de diversos distúrbios psiquiátricos e reafirma o potencial desse viés como um alvo para criação novos medicamentos.
Segundo Glauco, os pesquisadores afirmam que o resultado oferece evidências para que bases biológicas sejam utilizadas para diagnosticar e para classificar cada tipo de transtorno. Atualmente esse diagnóstico é realizado através de análise clínica.
Para Glauco, a pesquisa tem grande impacto pela quantidade de pacientes existentes e por analisar as semelhanças entre os transtornos mentais. “O estudo mostra que elas têm ‘caminhos moleculares’ parecidos”, diz o pesquisador e completa afirmando que “estamos começando a conhecer a caixa-preta que é o genoma. No futuro, cada transtorno será visto como uma alteração de determinadas moléculas, o que deve personalizar o tratamento”.