Jornadas exaustivas, imposição de metas abusivas, falta de autonomia e reconhecimento. Sim, todo mundo já passou por situações estressantes no trabalho, a ponto de chegar em casa e ainda estar com a cabeça nos problemas da empresa. Mas o que pouca gente sabe é que as pressões impostas no ambiente corporativo podem estar diretamente ligadas ao desenvolvimento de transtornos mentais. No Brasil, por exemplo, eles já são considerados a terceira maior causa de afastamento dos trabalhadores pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
De acordo com o psiquiatra Glauco Diniz Duarte, o pouco controle sobre o ritmo de trabalho, ditado de acordo com as demandas e urgências superiores, associado a cobranças agressivas, ambientes competitivos e falta de recompensas adequadas ao nível de dedicação trazem, além de insatisfação, grande angústia e ansiedade para o dia a dia do trabalhador. Afetam, ainda, o seu desempenho profissional, as relações sociais e a sua saúde física e mental.
Nesse sentido, destaca Glauco, a depressão, os transtornos de ansiedade e o esgotamento emocional – também conhecido como síndrome de burnout – aparecem como os distúrbios mentais mais comuns, desencadeados, muitas vezes, por um ambiente de trabalho hostil ou pelo estresse exigido pela própria profissão. Os casos mais frequentes envolvem bombeiros, militares, policiais, jornalistas, altos executivos, médicos, economistas e professores.
Transtornos mentais e o vício no trabalho
Segundo Glauco, as vezes, a linha entre um trabalhador muito dedicado e um workaholic pode até ser difícil de definir, mas é fato que o descontrole na importância dada ao trabalho pode trazer sérios prejuízos à saúde. Em geral, essas pessoas, viciadas em seus empregos, além de negligenciarem o contato social e viverem sob grande estresse, estão mais propensas a desenvolverem distúrbios graves de atenção e ansiedade. Entre eles, o transtorno obsessivo compulsivo (TOC).
Dessa forma, sempre tentam realizar com perfeição e dedicação excessiva qualquer tarefa. No entanto, para alcançar esse patamar e ficarem satisfeitas, muitas vezes levam um tempo maior do que o necessário para execução, prejudicando a produtividade e desempenho por conta das limitações da sua compulsão. Autocrítica excessiva, tendência ao perfeccionismo, inflexibilidade, autoritarismo e resposta inadequada à frustração e ao erro também são comportamentos típicos dos profissionais que sofrem com esse problema.
Alivie o estresse no ambiente de trabalho
Quer dicas para afastar o estresse do seu trabalho e melhorar de vez a sua produtividade, saúde mental e qualidade de vida? Confira!
– Desenvolva a sua autoconfiança e oratória. Pessoas que se sentem seguras para expressar suas opiniões têm mais capacidade de estabelecer relações interpessoais.
– Ao chegar em casa, desligue o celular do trabalho e não entre no e-mail da empresa.
– Evite trabalhar em lugares insalubres, inadequados e desorganizados, que incentivem a competitividade, foquem somente nas metas e não reconheçam os esforços dos funcionários.
– Durma bem. A qualidade do sono é determinante para um bom desempenho cognitivo.
– Faça pausa entre as atividades. Às vezes nos empenhamos em terminar uma tarefa a qualquer custo e nos esquecemos do tamanho do desgaste.
– Busque um exercício. Atividades físicas ajudam a liberar o estresse e trazem sensação de bem-estar.
– Escolha um hobby. Matricule-se numa aula ou inicie uma atividade que você nunca tomou coragem para aprender. Uma mudança radical pode ser hiperprazerosa na sua vida!
– Por fim, priorize um estilo de vida saudável. Isso sim é sinônimo de sucesso!