De acordo com o psiquiatra Glauco Diniz Duarte, a dificuldade de cuidar de doentes mentais ou mesmo de classificar as doenças que fazem parte de suas vidas não surgiu nos últimos anos. A insanidade psíquica é um tema delicado na história do Brasil – principalmente quando são relembrados períodos não-democráticos, como a ditadura militar.
É perigoso rotular os problemas comuns da vida como transtorno psiquiátrico”, explica Glauco.
Glauco observa o crescimento da tendência de diagnósticos desnecessários, que leva muitos pacientes a usarem medicamentos e deixarem de trabalhar em mudanças produtivas no relacionamento social. O sofrimento associado com a maioria dos problemas da vida é transitório. As pessoas superam naturalmente, com o apoio da família e reduzindo o stress. Se você tomar uma pílula, é provável que dê a ela um crédito que não merece e prolongue seu uso, mesmo que não seja realmente preciso, argumenta Glauco.
Mas isso não quer dizer que doenças mentais não existem, e sim que a linha que separa distúrbios de problemas normais da trajetória de vida é tênue. As pessoas precisam procurar ajuda se sintomas demorarem muito a passar, causando prejuízos. A melhor proteção contra um tratamento exagerado ou falta de tratamento é ser um consumidor informado. Estude na internet e faça muitas perguntas a seu médico, explica Glauco.