O psiquiatra Glauco Diniz Duarte explica que define-se prevenção de recaída, como estratégia de natureza médica e psicossocial aplicada por diferentes técnicas e métodos com o intuito de evitar o reaparecimento de diferentes doenças, posterirormente a um tratamento. Recair, é retomar, retornar, vir a acontecer, reaparecer etc. Em medicina, muitas doenças são insinuantes e sempre tendem a reaparecer, de tempos em tempos, independente do tratamento que receberam.
Segundo Glauco, os fármacos, são medicamentos altamente eficazes, tanto para o tratamento de crises agudas, quanto de prevenirem recaídas entre essas patologias. Os estabilizadores do humor, os antipsicóticos e ansiolíticos são medicamentos altamente efetivos que são aplicados com finalidade preventiva. Todavia, é bom que se diga, que prevenção de recaída, não ocorre somente através da utilização de medicamentos, embora esses sejam os mais utilizados. Pode se também utilizar meios físicos, como Eletroconvulsoterapia – ECT e Estimulação Magnética Transcraniana – EMT, para se chegar a essa finalidade.
Técnicas de psicoterapia, terapia comportamental e ocupacional são outros procedimentos e estratégias muito efetivas, largamente utilizadas em terapêuticas para se prevenir a recorrência de uma doença. A preferência ou escolha de uma dessas estratégias, ou várias dessas estratégias, dependerá do diagnóstico e da situação clínica do enfermo.
Segundo Glauco, graças aos novos conhecimentos da clínica psiquiátrica, da neurociência e dos conhecimentos baseados em evidências clínicas, que não se pode pensar em tratar somente das crises agudas desses enfermos. Deve-se, desde o início, pensar em prevenir recaídas. A equação é mais ou menos essa, em se tratando de depressão: quem teve uma crise na vida, terá cerva de 30% de chance de ter a segunda. Se, essa mesma pessoa relatar que já sofrera de duas crises depressivas, sua chance de ter a terceira será de 50 a 60%. Se, por acaso, já tiver tido três crises ou mais de depressão, sua chance de ter outras será de mais de 75% de chance. Mais de três crises na vida terá 100% de chance de ter outras. Esse conhecimento da evolução dessa doença serve de base para se garantir a necessidade de se fazer prevenção e não permitir que esse enfermos voltem a adoecer.
Pode e dever ser instituída praticamente em todas as grandes doenças mentais, entre essas: esquizofrenias, dependência química, transtorno bipolares, depressões etc. Ela está sendo utilizada em muitas outras especialidades médias. Todas as doenças humanas que evoluem cronicamente, independentes de sua natureza, atualmente se recomenda essa estratégia. Entre essas, destacamos doenças metabólicas, doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e muitas outras. De tal forma que é cada vez mais imperioso prevenir que remediar.
Para Glauco, outro aspecto relevante são os custos financeiros com os tratamentos de crises. As famílias sabem que pesa muito no bolso custear o tratamento desses doentes. Pois, o tempo previsto de tratamento, os custos com internação hospitalar, com os medicamentos ou outros procedimentos utilizados para esses tratamentos, acabam onerando muito as famílias, provocando mais sofrimento para todos.