De acordo com o psiquiatra Glauco Diniz Duarte, a esquizofrenia é um transtorno mental complexo que dificulta na distinção entre as experiências reais e imaginárias, interfere no pensamento lógico, nas respostas emocionais normais e comportamento esperado em situações sociais.
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a esquizofrenia não é um distúrbio de múltiplas personalidades. É uma doença crônica, complexa e que exige tratamento por toda a vida.
Causas
Glauco diz que as causas exatas da esquizofrenia ainda são desconhecidas, mas os médicos acreditam que uma combinação de fatores genéticos e ambientais possa estar envolvida no desenvolvimento deste distúrbio.
Problemas com certas substâncias químicas do cérebro, incluindo neurotransmissores como a dopamina e o glutamato, também parecem estar envolvidos nas causas da esquizofrenia. Estudos recentes de neuroimagem mostram diferenças na estrutura do cérebro e do sistema nervoso central das pessoas com esquizofrenia em comparação aos de pessoas saudáveis. Embora os pesquisadores não estejam totalmente certos sobre o que significam todos esses fatores, estes são indícios de que a esquizofrenia é, de fato, uma doença cerebral.
Fatores de risco
Para Glauco apesar de as causas da esquizofrenia ainda serem desconhecidas, sabe-se de alguns fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da doença. Conheça:
1. História familiar de esquizofrenia
2. Ser exposto a toxinas, vírus e à má nutrição dentro do útero da mãe – especialmente nos dois primeiros trimestres da gestação
3. Doenças autoimunes
4. Ter um pai com idade mais avançada
5. Fazer uso de medicamentos psicotrópicos durante a adolescência e o início da vida adulta
6. Tabagismo.
Sintomas
Glauco explica que os sintomas de esquizofrenia no sexo masculino costumam aparecer entre os 20 e 25 anos. Já em mulheres, os sinais da doença são mais comuns beirando os 30 anos de idade. É raro encontrar casos de esquizofrenia em crianças ou adultos acima dos 45 anos.
Esquizofrenia envolve uma série de problemas tanto cognitivos quanto comportamentais e emocionais.
Os sintomas costumam variar e entre eles estão inclusos:
1. Delírios
Estes são crenças em fatos irreais que não possuem base alguma na realidade. Uma pessoa com esquizofrenia pode achar, por exemplo, que está sendo prejudicada de alguma forma ou até mesmo assediada. Ela pode acreditar, também, que certos gestos ou comentários são direcionados a ela, que ela tem alguma capacidade ou talento excepcional ou até mesmo fama. Pode achar, também, que determinada pessoa está apaixonada por ela e que uma grande catástrofe está prestes a ocorrer. Alguns delírios incluem ideias de que algumas partes do corpo não estão em pleno funcionamento e têm uma incidência de quatro em cinco pessoas com esquizofrenia.
2. Alucinações
Estas, em termos gerais, envolvem ver ou ouvir coisas que não existem. No entanto, para a pessoa com esquizofrenia, essas coisas têm toda a força e o impacto de uma experiência normal. As alucinações podem estar em qualquer um dos sentidos, mas ouvir vozes é a alucinação mais comum de todas.
3. Pensamento desorganizado
Esse sintoma pode ser refletido na fala, que também sai desorganizada e com pouco ou nenhum nexo. A ideia de que pensamento desorganizado é um sintoma da esquizofrenia surgiu a partir do discurso desorganizado de alguns pacientes. Para os médicos, os problemas na fala só podem estar relacionadas à incapacidade de a pessoa formar uma linha de pensamento coerente. Neste sentido, a comunicação eficaz de uma pessoa portadora de esquizofrenia pode ser prejudicada por causa deste problema, e as respostas às perguntas feitas podem ser parcial ou completamente alheias e desconexas.
4. Habilidade motora desorganizada ou anormal
O comportamento de uma pessoa com esse tipo de disfunção não é focado em um objetivo, o que torna difícil para ela executar tarefas. Comportamento motor anormal pode incluir resistência a instruções, postura inadequada e bizarra ou uma série de movimentos inúteis e excessivos.
5. Outros sintomas
Além dos sinais citados, outros parecem estar relacionados com a esquizofrenia. Uma pessoa com a doença pode:
Não aparentar emoções
Não fazes contato visual
Não alterar as expressões faciais
Ter fala monótona e sem adição de quaisquer movimentos que normalmente dão ênfase emocional ao discurso.
Além disso, a pessoa pode ter reduzida sua capacidade de planejar ou realizar atividades, tais como:
Diminuição da fala
Negligência na higiene pessoal
Perda de interesse em atividades cotidianas
Isolamento social
Sensação de incapacidade de conseguir sentir prazer.
Diagnóstico e exames
Buscando ajuda médica
Glauco destaca que pessoas com esquizofrenia muitas vezes não têm consciência de que suas dificuldades resultam de uma doença que requer atenção médica. Por isso, muitas vezes algum parente ou amigo próximo deve ser responsável por levar a pessoa doente a um especialista.