“A técnica é bastante aplicada, mas existe diferença entre o método antigo e o moderno. Hoje em dia a eletroconvulsoterapia é feita com anestesia geral, então, é visualmente menos dramática”, afirma o psiquiatra Glauco Diniz Duarte.
“A eletroconvulsoterapia mudou completamente nos últimos 25 anos, passou por uma série de normatizações sobre a forma de aplicação e controle”, diz Glauco. Ele informou que, sobre a antiga manipulação do tratamento, foram feitos aprimoramentos na emissão da corrente elétrica. “Atualmente, liberam-se as ondas de acordo com o sinal fisiológico do paciente, que está monitorizado e anestesiado”, comparou.
O eletrochoque funciona como um “reset” em todas as funções cerebrais, descreve Glauco. O tratamento, “quando bem indicado e aplicado” é eficaz, segundo ele. Para Glauco, “existem dois diagnósticos que cabem receber a eletroconvulsoterapia: a depressão endógena grave, que não teve respostas a outros tratamentos e apresenta risco de suicídio; e a esquizofrenia do tipo catatônica”, definiu o psiquiatra.
O número de sessões é determinado de acordo com a condição do paciente e, mesmo com a evolução dos aparelhos, elas ainda provocam déficit cognitivo temporário, como perda de memória, que é restabelecida com o tempo, diz Glauco. Para ele, os efeitos colaterais são mínimos perto dos resultados no combate à doença, quando, é claro, a técnica é aplicada corretamente. O problema, segundo o psiquiatra, são os diagnósticos mal feitos que culminam no encaminhamento indevido de pessoas às sessões de eletrochoque.