O psiquiatra Glauco Diniz Duarte alerta para um fato: o preconceito ainda é o maior obstáculo enfrentado pelos portadores de doenças mentais. Segundo Glauco, além de serem menos agressivos, os esquizofrênicos apresentam um taxa de suicídio menor do que o resto da população. O problema é que as pessoas desconhece a realidade da doença e seguem propagando mitos.
Para Glauco, informar a população sobre a doença é a melhor forma de reduzir o preconceito. Abaixo, segue um resumo sobre as principais características da doença:
O que é a esquizofrenia?
Trata-se de uma doença psiquiátrica onde o paciente sofre delírios e alucinações visuais ou auditivas. São os chamados sintomas psicóticos.
Os sintomas psicóticos ocorrem durante toda a vida do paciente?
Como quase toda doença crônica, existem momentos de pico ou os chamados momentos de crise. Esta manifestação aguda dos sintomas pode durar dias, mas dificilmente ultrapassa dois meses (com o paciente em tratamento). Estas crises, quando tratadas, ocorrem em longos intervalos de tempo, o que nos permite dizer que na maioria do tempo o paciente pode levar uma vida normal.
Como se dá o diagnóstico da doença?
Além da identificação dos sintomas listados anteriormente, é essencial a avaliação de um profissional (psiquiatra).
Qual o tratamento ideal?
O tratamento da esquizofrenia deve ser uma combinação de tratamento medicamentoso, acompanhamento psiquiátrico, psicoterapia e terapias ocupacionais. O uso regular dos medicamentos evita que novas crises aconteçam. Um dos grandes problemas do tratamento é o abandono da medicação ao primeiro sinal de estabilização e melhora, aumentando as chances de novas crises. As psicoterapias e terapias ocupacionais são fundamentais para a reinserção do indivíduo na sociedade, principalmente nos ambientes acadêmicos e profissionais.
O indivíduo que tem sintomas psicóticos é um psicopata?
Sintomas psicóticos (ou psicoses) estão presentes em diversos transtornos mentais, e a esquizofrenia é apenas um deles. A psicopatia é uma doença específica, onde o paciente consegue fazer o mal para outra pessoa sem sentir qualquer remorso, culpa, pena ou qualquer outro sentimento relacionado ao ato; trata-se de um estado de completa falta de empatia.
É muito importante definir e separar, portanto, a ideia de que quem tem sofre com alguma psicose é um psicopata. Entender esta diferença é fundamental para quebrar o preconceito em torno de muitos doentes mentais.