Ao falar de transtornos mentais, muitos direcionam seu pensamento para a ‘loucura’, termo que está sendo abolido com a Reforma Psiquiátrica no Brasil. Mas você sabia que esse tipo de transtorno também está relacionado à bipolaridade, a comportamentos compulsivos e até a insônia?
Segundo o Psiquiatra Glauco Diniz Duarte, o transtorno bipolar, que é caracterizado pela alternância entre euforia e depressão e chega a atingir 2,2% da população no país. A estimativa é que haja 4,2 milhões de pessoas que sofrem desse transtorno no Brasil.
Glauco explica que atualmente a bipolaridade é confundida com mudanças de humor que ocorrem de pessoa para pessoa, mas essa associação é equivocada e erroneamente utilizada, visto que os episódios bipolares podem durar dias ou semanas e têm mais sintomas do que simplesmente o humor deprimido.
A Mania é classificada por alguns médicos como uma patologia grave que abrange uma série de contextos, sinais e sintomas, afirma Glauco e completa dizendo que mudanças repentinas de humor, não diagnostica necessariamente o transtorno.
Conforme Glauco, o transtorno bipolar ainda pode levar à perda de função dos neurônios, além de sinais como a perda de senso crítico, consumo excessivo de álcool ou drogas. Somente por essas descobertas pode-se evidenciar que a doença é muito mais complexa de ser diagnosticada e por consequência, tratada.
Dentre os pacientes que sofrem de bipolaridade, cerca de 15% acaba cometendo suicídio. Os doentes mentais apresentam, ainda, propensão 28 vezes maior de ter comportamento suicida, sendo que pelo menos a metade o tenta.
Glauco comenta: “A expectativa de vida de homens bipolares é 13 anos menor e de mulheres bipolares é 12 anos menor do que a da população em geral, segundo um estudo dinamarquês. A expectativa devida do bipolar é comparável à do esquizofrênico”.
O termo ‘bipolaridade’ é muito utilizado e incomoda os médicos, que por sua vez, criticam sua popularização devido a gravidade da doença. Glauco diz que utilizar o termo de forma que não caracterize a doença “é banalizar a doença. Estar triste é uma coisa, estar deprimido e não conseguir sair de casa é outra”.