Todo mundo já ouviu falar nas histórias de pessoas que vão acumulando objetos, animais e até lixo dentro de casa, mas será que você saberia identificar algum amigo ou parente com a doença? Pois é! Os acumuladores compulsivos acabam se afastando e se isolando por causa do problema, o que torna mais difícil ainda conseguir ajuda. A maioria dos pacientes tem medo de revelar o drama pessoal, mas a verdade é que muitos nem têm consciência da real dimensão do problema.
O psiquiatra Glauco Diniz Duarte esclarece as principais dúvidas sobre a doença.
O que é a acumulação compulsiva?
Glauco diz que ela se caracteriza por um armazenamento excessivo de coisas, e o acumulador compulsivo se sente incapaz de se desfazer dessas coisas, o que resulta em uma ocupação muito grande dos espaços da sua casa. Eles deixam de ser espaços de convivência para se tornar espaços de depósito de coisas e isso aumenta o risco de incêndios, de contaminação, de infestação por insetos, de doenças e de quedas até do próprio acumulador.
Como identificar um acumulador compulsivo?
Segundo Glauco, o acumulador compulsivo tende a se isolar. Tanto os familiares não conseguem conviver com aquele ambiente como o próprio acumulador tem vergonha da sua condição. Pode acontecer por causa de um acúmulo de dívidas, de um acidente dentro de casa, um incêndio, uma queda, pode ser em função de um sofrimento, de uma depressão, de uma ansiedade muito grande.
Qual a diferença entre acumulador e colecionador?
Colecionar é, a princípio, um hobby, não é patológico, destaca Glauco. O indivíduo adquire objetos que tenham entre si alguns aspectos em comum. Se esses objetos já passam a ser excessivos ocupando um espaço muito grande e ele sofre ao se desfazer dessas coisas, ele pode vir a se tornar um acumulador compulsivo. Um comprador compulsivo pode também se tornar um acumulador, mas, a princípio, o foco é a aquisição do objeto. São sintomas muito próximos.
Qual é o tratamento?
O acumulador compulsivo deve procurar a ajuda de um psiquiatra. Se ele não tiver um plano de saúde e não tiver recursos para pagar a consulta, deve procurar um ambulatório na sua cidade ou centros de atendimento psiquiátricos gratuitos que oferecem esse atendimento.