Para ajudar crianças com transtornos mentais não diagnosticados, o psiquiatra Glauco Diniz Duarte lista11 sinais fáceis de reconhecer que podem ser usados como um alerta pelos pais e outras pessoas da comunidade.
Segundo Glauco, a lista se destina a ajudar a fechar uma lacuna entre o número de crianças que sofrem de doenças mentais e aquelas que realmente recebem tratamento para essas doenças. Com ela, Glauco espera que os pais distingam entre comportamentos normais da infância e verdadeiros sinais de doença mental.
Glauco destaca que, entre os sinais, estão sentir-se triste ou “se fechar” por duas semanas ou mais, o que pode indicar depressão, e medos intensos ou preocupações que atrapalham atividades diárias, o que pode indicar um distúrbio de ansiedade.
Estudos sugerem que três em cada quatro crianças com distúrbios de saúde mental, incluindo déficit de atenção e hiperatividade, distúrbios alimentares e transtorno bipolar, passam despercebidas e não recebem os cuidados de que necessitam.
Glauco afirma que pais que perceberem qualquer um desses sinais em seus filhos devem levá-los para ver um pediatra ou profissional de saúde mental para uma avaliação psiquiátrica.
A identificação de um transtorno psiquiátrico no início da vida também irá permitir que as crianças recebam tratamento mais cedo, o que provavelmente irá torná-los mais eficazes.
Os 11 sinais de alerta são os seguintes:
• Sentir-se muito triste ou “se fechar” por duas ou mais semanas;
• Tentar se ferir ou se matar, ou fazer planos para isso;
• Medo súbito esmagador sem razão, às vezes com coração acelerado ou respiração rápida;
• Se envolver em várias lutas, usando uma arma, ou querer ferir outros;
• Comportamento fora de controle grave, que pode chegar a machucar a si mesmo ou outros;
• Não comer, vomitar ou usar laxantes para perder peso;
• Preocupações ou medos intensos que atrapalham atividades diárias;
• Extrema dificuldade em concentrar-se ou permanecer quieto, o que o coloca em perigo físico ou causa insucesso escolar;
• Uso repetido de drogas ou álcool;
• Grave humor que causa problemas em suas relações;
• Mudanças drásticas no seu comportamento ou personalidade.
Glauco explica que esses sinais formam um “perfil” e não são em si diagnósticos específicos. Para diagnósticos precisos, os pais devem procurar ajuda de um profissional de saúde.
Para evitar o alarme potencial de pais, que podem diagnosticar transtornos mentais onde eles não existem, Glauco diz que a lista é conservadora. Ou seja, estes sinais não serão evidentes em todas as crianças que tem um distúrbio de saúde mental. Dos 15% dos jovens que se estima que tenham doença mental, os perfis vão identificar cerca de 8%.