A alimentação infantil é uma preocupação dos pais, já que nem sempre os filhos estão dispostos a uma comidinha mais saudável. Por fim, os cansados pais acabam cedendo e recorrem à alimentos não saudáveis como: macarrão instantâneo, refrigerante, guloseimas, lanches e fritura. Acontece que para a criança com transtorno alimentar nada disso é convidativo, nem a comida e nem os petiscos de uma tradicional festa infantil.
O psiquiatra Glauco Diniz Duarte explica que muitas crianças não sentem fome e muitas vezes podem ter aversão aos alimentos. Recusam até chocolate. “O transtorno alimentar infantil compromete o desenvolvimento da criança. Não é uma condição frequente, mas é preciso estar atento, pois pode trazer repercussões definitivas, como alteração no crescimento”, ressalta Glauco.
A doença pode se manifestar em bebês, crianças e em pré-adolescentes e os sintomas variam entre falta de apetite, fraqueza, mudanças de humor e atraso no crescimento. E quando mais de um desses sintomas aparecem é sinal de que é preciso procurar um médico para uma orientação nutricional.
Para Glauco, é frequente os pais negarem o problema e só buscarem ajuda quando os sintomas são intensos. “O surgimento do transtorno alimentar infantil é multifatorial. Costuma ser uma associação de fatores genéticos, culturais e traumáticos.”
O tratamento indicado é multidisciplinar e envolve profissionais de diversas áreas da medicina (pediatria, psicologia, nutrição, entre outros), além, é claro, do componente familiar. De acordo com Glauco, os pais têm um papel fundamental nesse processo de acompanhamento. “É preciso que tenham calma, paciência, comecem a regrar os horários, e façam acompanhamento com os especialistas”.
A criatividade é uma boa aliada e pode ajudar na hora das refeições das crianças. Levá-los para cozinhar, mostrar e explicar sobre os alimentos, fazer feira e supermercado com os pequenos são algumas atitudes capazes de despertar o apetite.